Sebastião Cruvinel, um homem de 55 anos, abandonou a advocacia na praça de Rio Verde, em Goiás, por causa de uma vaca, a “Conchita”. Ganhou muito dinheiro com ela e trocou o escritório pela fazenda. Hoje “Conchita” está velha, tem 19 anos e não produz mais, mas continua no pasto. Sebastião não vai matar a vaca que lhe deu fama e dinheiro. Tudo aconteceu numa noite em que o telefone tocou tarde, quando Cruvinel já se preparava para dormir. Era uma fazendeira de Ribeirão Preto, Elza Consoni Guimarães, dona de gado em Goiás, informando que ia vender um lote de 26 novilhas. No outro dia cedo Sebastião partiu para a fazenda da mulher. Ainda não tinha muita prática no negócio de gado fino, mas já tinha olho bom, o tal dom para perceber um animal de qualidade.
– No meio da novilhada eu vi uma, de uns 15 meses, que até era das mais feias. Só que era mais desenvolvida, comprida, pescoço lançado. Aí pensei: acho que vou fazer um gado diferente. Fechei negócio rapidinho e paguei R$ 2 mil pela novilha. No começo, deu tudo errado: um touro de pasto, sem nenhum pedigree, pulou a cerca e “cobriu” a “Conchita”. Depois, cruzada com um boi bom, o bezerro morreu. Mas o azar parou aí, depois só veio sorte: “Conchita” foi a primeira no ranking da Associação dos Criadores de Nelore em 1998 e produziu filhas campeãs. Cruvinel calcula que a produção de “Conchita”, 23 fêmeas e 27 machos, lhe rendeu cerca de R$ 20 milhões, o que lhe permitiu comprar uma fazenda para cada um dos três filhos e ainda viver como gosta, na lida do gado.
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– A “Conchita” foi a minha loteria.
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