SP-Arte/Foto reúne grandes fotógrafos na cidade

Fotos Luiza Sigulem e Divulgação

“A fotografia saiu dos quartos e partes íntimas da casa e conquistou a sala de estar.” É o que defende a diretora da SP-Arte/Foto, Fernanda Feitosa, ao falar tanto do destaque alcançado por este tipo de produção artística, quanto do aquecimento de seu nicho de mercado nos últimos tempos.

Consolidada como uma das feiras mais importantes de fotografia no Brasil, a sexta edição do evento é aberta nesta quinta, dia 8, reunindo 22 galerias nacionais e uma estrangeira (1500 Gallery, de Nova York) em nova sede, no Shopping JK Iguatemi, em São Paulo. Braço da tradicional SP-Arte, a feira vai até domingo, dia 11, e traz trabalhos de fotógrafos de diferentes gerações e estilos, além de promover palestras e lançamentos de livros.

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“Não é só uma feira, é também uma exposição. E isso é muito importante para o desenvolvimento da fotografia”, diz o consagrado fotógrafo German Lorca, 90, que tem trabalhos no estande da galeria FASS. “Há uma variedade de escolas e temas muito grande, com coisas cada vez mais avançadas. Eu fico mais no meu estilo, mas gosto de acompanhar as obras mais modernas”, completa ele. Além de Lorca, se destacam na feira nomes como Thomas Farkas, Sofia Borges, Thiago Rocha Pitta, Mario Cravo Neto e Francesca Woodman, entre outros.

O viés expositivo e educativo da SP-Arte/Foto, para além de seu objetivo comercial, é ressaltado tanto pela diretora quanto pelos artistas, que afirmam não ver problemas na localização do evento em um dos shoppings mais caros da cidade. “Uma feira dessas é também um estímulo para todo tipo de gente ver. Porque aparece na mídia, em sites, e as pessoas visitam. Existe uma contaminação que é boa. E o que cresce para o mercado, cresce para o indivíduo, não é algo separado”, diz o artista plástico Nino Cais, 43, da Central Galeria de Arte, que tem também trabalhos expostos na Bienal de Arte.

Educação
O ciclo de palestras, que acontece na Livraria da Vila do mesmo shopping, reúne em mesas Caio Reisewitz e Lorenzo Mammi, no dia 9, Mauro Restiffe e Agnaldo Farias, no dia 10, e Claudia Andajur e Augusto Massi, no dia 11 (sempre às 14h; leia mais em www.sp-arte.com).

“O que mais falta no Brasil é um público que tenha conhecimento do que está acontecendo. Isso aqui tem um caráter pedagógico sensacional. É fundamental ter um público educado. Nós temos gente com muito dinheiro que não sabe o que fazer com ele”, diz o fotógrafo Claudio Edinger, 60, representado pela Arte 57. Mas o papel comercial da feira não é menos importante, segundo ele: “O artista precisa de fundos para poder criar. Os EUA tiveram momentos áureos de criação porque havia fundações financiando”.

Fotografia brasileira
Uma das novidades da edição da SP-Arte Foto, além da americana 1500 Galery, é a estreia no evento de duas galerias de fora do eixo Rio-SP: de Minas Gerais, a Celma Albuquerque Galeria de Arte; do Paraná, a SIM Galeria. “Realmente o mercado se concentra mais em Rio e São Paulo, mas há cada vez mais colecionadores importantes em outros Estados. Sem contar o número de artistas, que estão em todos os cantos. Acho também que as barreiras geográficas estão cada vez mais se diluindo, com a internet, por exemplo”, afirma o curitibano Guilherme Simões de Assis, 25, da SIM.

Ao falar sobre o momento de destaque vivido pelo Brasil no mundo atualmente, Feitosa não considera que a fotografia brasileira seja mais relevante hoje do que no passado, mas sim que o mundo todo está olhando muito mais para o país. “A arte brasileira chama a atenção por sua qualidade e as galerias estão ajudando na divulgação deste trabalho”, diz. O número de galerias participantes na feira subiu de 15, na primeira edição, para 23. Apesar do crescimento, a ideia não é ser um megaevento, como explica a diretora: “Tem um intuito mais intimista mesmo. A ideia é que as pessoas venham, explorem as diversas técnicas de fotografia, as diversas experimentações, vejam coisas modernas e contemporâneas”.

Serviço: No Shopping JK Iguatemi (Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041). Qui. (8) e sex., das 16h às 22h; sáb. e dom., das 14h às 20h; entrada gratuita.


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