Segundo dos quatro filhos da terceira geração de uma família de imigrantes italianos, o designer gráfico paulistano Claudio Novaes descobriu, ainda na adolescência, a vocação que o tornou célebre. Contrariando o desejo dos pais de ser músico, ele abandonou os estudos de violão e piano clássico e ingressou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, onde morava, para estudar artes visuais aos 13 anos. A paixão pelo desenho e a obsessão por traços simples e formas puras o levaram a ingressar na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos, em 1979, onde se formou, cinco anos mais tarde. Foi lá também que Novaes teve contato com Maurício Nogueira Lima, arquiteto e artista gráfico construtivista pernambucano, sua grande influência.
Maurício foi orientador de sua monografia e foi nele que Novaes encontrou ressonância para o despojamento que tanto defendia, ao conhecer a tradição de escolas de vanguarda do século 20, como a Bauhaus, e a produção de profissionais como Adolf Loos, Max Bill, Dieter Rams, Alvar Aalto e Lina Bo Bardi, entre outros mestres.
A carreira profissional do designer soma hoje 28 anos, inventariados no recém-lançado livro Claudio Novaes – Conceito/Design/Direção. Trajetória que teve início logo após a graduação, na SAO, divisão de design gráfico da agência de publicidade DPZ. A SAO era, então, dirigida por outro profissional determinante para as escolhas de Novaes, Hugo Kovadloff, com quem estabeleceu fortes laços de amizade (é ele quem assina a apresentação do livro).
Além da SAO, Novaes integrou outras importantes equipes de criação do País, como a Made in Brasil Design, braço de design da W/Brasil, e a Draft Deseñadores, no México. Em 2000, ao lado dos sócios Patricia Cataldi e Bill Martinez, ele criou a Branding Strategic Design. Quatro anos mais tarde, atento aos novos rumos que o mercado tomava, com reformulações estruturais, decidiu seguir sozinho e criou a Claudio Novaes Conceito/Design/Direção, composta por seis colaboradores.
Em 2004, com a criação da nova empresa, Novaes decidiu fazer um primeiro portfólio de sua carreira. Para sua surpresa, começou a ser procurado por jovens estudantes interessados nos trabalhos. Há dois anos, ele resolveu atualizar o projeto e encontrou na Editora WMF Martins Fontes um parceiro de publicação e distribuição da obra. Lançada agora, reúne muitos êxitos de Novaes, mas também reproduz trabalhos engavetados: “Nem sempre uma boa ideia é aceita pelo cliente. Mas a boa ideia permanece. Atribuo essa resistência, principalmente, ao fato de ser um trabalho despojado. É por isso também que há esse diálogo com a nova geração, que valoriza coisas como o grid, a limpeza e a tipografia helvética. Essa geração que veio depois dos anos 2000 trouxe um olhar contemporâneo, que eu também persigo, mas que ainda é fiel às escolas dos anos 1950”.
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