Foto reprodução
A colombiana Doris Salcedo se autodefine, incisivamente, como uma “artista política”, algo não tão comum entre artistas renomados nos dias de hoje. Com 54 anos, ela se consagrou como uma das mais importantes artistas latino-americanas justamente ao explorar temas violentos da realidade de seu país – marcado por conflitos entre guerrilhas, exército e narcotraficantes nas últimas décadas.
Dentro desse universo, a instalação “Plegaria Muda” – que será exposta na Estação Pinacoteca a partir deste sábado, dia 8 – é uma das obras marcantes da colombiana. Formada por 120 mesas de madeira, que correspondem a diferentes tamanhos de caixões funerários, “Plegaria Muda” (prece muda) tem como base episódios da vida cotidiana em uma Colômbia “brutal, subdesenvolvida e catastrófica”, nas palavras da própria artista.
Exposta pelo mundo desde 2008, a instalação posiciona, entre as mesas sobrepostas, nacos de terra por onde nascem plantas. A ideia, segundo Salcedo, é distinguir cada “túmulo” de forma individual, para permitir um reconhecimento do valor de cada vida perdida e a singularidade irredutível de um túmulo. Para a artista, a Colômbia é o país da morte insepulta, da vala comum e dos mortos anônimos.
Nascida em Bogotá, Salcedo tem obras no acervo de instituições como o MoMA e a Tate de Londres. No Brasil, o trabalho “Neither” (que faz referência aos campos de concentração nazistas) é exibido permanentemente no Instituto Inhotim, em Minas Gerais. Apesar do reconhecimento mundial, a colombiana, engajada, diz não gostar da ideia de se transformar em uma celebridade. Por vezes, ela pede para não ser fotografada.
Serviço:
Até 3/2/2013 na Estação Pinacoteca (Largo General Osório,66; tel. 11 3335-4990); ter. a dom., das 10h às 17h30; R$ 6,00 e R$ 3,00, grátis aos sábados.
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