Fotos Divulgação
Considerado o nome mais influente das artes na contemporaneidade em 2012 e 2011 de acordo com a revista ArtReview, o artista chinês Ai Weiwei expõe pela primeira vez na América Latina. Intitulada Ai Weiwei – Interlacing, a mostra reúne mais de 500 trabalhos entre fotografias, vídeos e textos do artista feitos de 1983 até 2011 no MIS, Museu da Imagem e do Som de São Paulo.
Organizada pelo Fotomuseum Winterthur em colaboração próxima com Ai Weiwei e curadoria assinada por Urs Stahel, a mostra é composta pelas séries Fairytale Portraits, Earthquake, Shanghai Studio, Cell Phone Photos, Blog Photographs, New York Photographs e Beijing Photographs, além de vídeos e textos de blog do artista.
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De acordo com a diretora artística do museu, Carol Nogueira, a mostra tem a intenção de aproximar o público do trabalho do artista, que é pouco conhecido no Brasil. “Nós do MIS estamos muito honrados em trazer a mostra para que as pessoas tenham mais contato com esse artista, tão reconhecido internacionalmente, mas ainda pouco conhecido na América Latina”.
Crítico atuante do regime de seu país, Ai Weiwei expressa sua luta pela liberdade de expressão por meio de suas imagens, esculturas e de textos em seu blog e nas redes sociais. Por esse motivo, ele se encontra em prisão domiciliar.
Carol Nogueira afirma também que a exposição pretende trazer a experiência do artista com a maior fidelidade possível. “Optamos por não traduzir o nome da exposição para preservar a ideia original do artista. E podemos interpretar interlacing, que poderia ser traduzido como entrelaçamento, pela conexão entre a vida e a obra do artista que estão muito presentes nesta mostra, como em toda a obra dele. A sua luta pela liberdade de expressão em um contexto opressor como o regime chinês transpassa todas as ações dele. A política é sua principal temática. Inclusive, Ai Weiwei diz que sua vida é sua maior obra.”
A diretora artística conta ainda que a exposição do MIS tem peculiaridades em relação às outras montagens da mostra pelo mundo. “No MIS, a mostra está sobre um piso branco. Forramos o piso do museu de branco para emoldurar as obras que são tão fortes.
Outro detalhe interessante, concebido pela própria Carol é que os visitantes são convidados a deixar os sapatos na entrada da mostra. “Ficar descalço em uma cidade grande como São Paulo pode ser muito libertador para alguns e muito constrangedor para outros. Além de ter ligação com a cultura oriental, de deixar as impurezas de fora dos templos ou casas em atitude de respeito, a atitude ainda tem relação com a obra do artista. Sem dúvida, Ai Weiwei se sente desconfortável no regime que vive e muito confortável quando está criando. A ideia é fazer uma analogia a isso. É um convite para que o público vivenciar a exposição em uma situação diferente”, diz ela.
Perguntada sobre a aceitação desta ideia pelo curador Urs Stahel e pelo artista, ela conta que, de início, Stahel resistiu acreditando que a ação seria interpretada como ligada ao budismo. “Mas depois ele entendeu e gostou. Não tive retorno do Ai Weiwei diretamente, mas certamente ele aprovou, se não, não teria acontecido”, diz. Quanto ao público, ela afirma que a iniciativa está sendo muito bem recebida. “A repercussão está sendo muito legal. É possível ver senhoras, grupos de visitantes, todos descalços”, conta.
Ai Weiwei – Interlacing
Quando: Até 14 de abril, terças a sextas, das 12 às 21h; sábados, domingos e feriados, das 11 às 20h
Onde: Museu da Imagem e do Som de São Paulo – MIS-SP – Avenida Europa, 158, Jardim Europa – Térreo, Espaço Expositivo 1º andar, Espaço Redondo e 2º andar
Quanto: R$4,00 (inteira), R$2,00 (meia)
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