Luxo e tecnologia desfilando na avenida

Fotos reprodução

O segundo dia de desfiles do grupo especial no sambódromo do Anhembi, em São Paulo foi marcado por fantasias e carros luxuosos e futuristas. Como destaques da noite, as escolas Mocidade Alegre, Gaviões de Fiel e Acadêmicos do Tucuruvi empolgaram a plateia – e suas torcidas organizadas – com seus sambas-enredo, muita cor e alegorias gigantescas e cheias de recursos tecnológicos.

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Abrindo as apresentações, a campeã do Grupo de Acesso em 2012, Nenê de Vila Matilde fala em luta pela igualdade de direitos no seu samba-enredo “Da Revolta dos Búzios à atualidade, Nenê canta a igualdade”. Nos carros alegóricos, grandes esculturas e bonecos que simbolizam a luta entre o bem e o mal e no chão, 3.000 passistas homenageavam os escravos e os heróis das revoltas dos Búzios, Cabanagem e de Canudos. Com o refrão “há nos Búzios a mensagem de cada irmão, no Quilombo novos ares libertação, em Canudos Conselheiro, e a sua fé, cabanagem no Pará, na Nenê samba no pé”, a escola animou os foliões nas arquibancadas.

Segunda a entrar, a Gaviões da Fiel encantou o público já na chegada com um carro abre-alas de 60 metros de comprimento formado por 43 gaviões em referência aos 43 anos da agremiação. Homenageando o Corinthians, time que deu origem à escola, o samba-enredo “Ser fiel é a alma do negócio”, também destacava a importância dos meios de comunicação e da publicidade para o futebol. “Minha alma é fiel, nação, sem limites cruzo o céu, sou gavião, um bando de loucos, amor de verdade, eu vou publicar nossa felicidade”, dizia o refrão.

Na avenida, três mil e oitocentos foliões e cinco carros alegóricos, contaram a história e os sucessos do timão. Entre os destaques, a apresentadora Sabrina Sato, o publicitário Washington Olivetto, o goleiro Cássio e os ex-jogadores Neto e Biro biro.

A campeã de 2012, Mocidade Alegre, foi a terceira a desfilar com seus 3.500 integrantes cantando que os pecados podem levar ao céu e não ao inferno. Com o tema “A Sedução Me Fez Provar, Me Entregar à Tentação… Da Versão Original, Qual Será o Final?”, a escola convidava o público a se apaixonar. No chão e nos carros, deuses, anjos, inventores, Adão e Eva e até Branca de Neves, cantavam o refrão “E assim, o reino dos céus alcançar, quando o vento soprar, eu vou voar, e te encontrar nessa imensidão, brincar de Deus, ser feliz, sonhar, não há limites para a imaginação”. Os pontos altos do desfile foram os carros que faziam uso de recursos tecnológicos, como o que representava uma festa rave no céu, tendo São Pedro como DJ, e o que trazia um laboratório maluco com o título ’Engrenagens da Ciência’.

A Tom Maior trouxe o sexo e a proteção contra as doenças sexualmente transmissíveis como temas no samba-enredo “Parque dos Desejos – O Seu Passaporte Para o Prazer”. Com 3.200 componentes, e cinco carros alegóricos, a escola homenageou Sigmund Freud e fez menção a Adão e Eva e às histórias da Rainha Sherazade, em “As Mil e Uma Noites”. No refrão, uma referência à camisinha, ou camisa de Vênus. “No balanço desta onda, vou te levar, em Roma brindar, luxúria, fazer loucuras, brincar pra valer, só mesmo Vênus pra nos proteger”.

Em homenagem aos 50 anos da imigração sul-coreana no Brasil, a Unidos da Vila Maria desfilou com muitos leques, quimonos, perucas e adereços importados do país ao som do enredo “Made in Korea”. “Quando meu pavilhão girar, meu povo vai cantar feliz, ‘made in korea’, emoção que contagia, com muito orgulho, sou Vila Maria”, cantavam os integrantes da escola com suas fantasias cheias de cores e referências à cultura oriental. Já no abre-alas, uma enorme cabeça de dragão multicolorida, entusiasmou o público. Sobre o dragão, um cover do rapper Psy, sensação sul-coreana do momento.

“Mazzaropi: o adorável caipira. 100 anos de alegria”, foi o tema da sexta escola a entrar na avenida, a Acadêmicos do Tucuruvi. Com carros luxuosos e muito colorido, a agremiação contou a história do ator e cineasta brasileiro, destacando suas passagens pelo circo, teatro, cinema e televisão. Vestidos de palhaços, portugueses, do famoso personagem Jeca Tatu e de outros que fazem referência ao artista, os 3.000 passistas sambaram ao som do enredo que animou a plateia que curtia o sambódromo por volta das 5 horas da manhã. “Sai da frente que a alegria vai passar, sou Mazzaropi, artista popular, nos palcos da vida te faço sorrir. Aplausos, lá vem Tucuruvi”, cantava o samba.

“Império é amor, paixão, a cura do corpo e do coração, meu tigre guerreiro, é raça e emoção, a força de uma nação”. Com esse refrão, a última escola do grupo especial de São Paulo, a Império de Casa Verde, apresentou o enredo “Pra todo mal a cura, quem canta seus males espanta”. Falando de cura dos males pelas forças da natureza, por rituais de curandeiros africanos e lembrando as técnicas usadas no antigo Egito, a agremiação desfilou com 3.500 componentes ao nascer do Sol deste domingo, dia 10.


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