Arte e arquivos pessoais em exibição

A primeira individual de Lasar Segall (1891-1957) em São Paulo ocorreu em 1913, em um salão alugado na rua São Bento, no centro da cidade. Cem anos depois, a data é comemorada com novas exposições – duas na capital e uma no Rio de Janeiro – e o lançamento do acervo digitalizado de documentos do artista. Com o apoio da FAPESP, já estão disponibilizados no site do museu (museusegall.org.br/als) seis mil itens, entre eles cartas escritas a lápis pelo também artista Cícero Dias (1907-2003) para o escritor russo-brasileiro. No Museu Lasar Segall, em São Paulo, estão expostas 50 obras do acervo – entre elas, quatro das 52 apresentadas em 1913: as pinturas O Violinista e Leitura, o pastel Asilo de Velhos e o desenho Volendam. O museu também abriga 60 fotografias do acervo pessoal de Segall, que mostram o artista em cenas de família, no trabalho e sua convivência com outros artistas – uma delas, foi feita por Gregori Warchavchik (1826-1972), um dos principais nomes da primeira geração de arquitetos modernistas do Brasil.

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No Rio, as comemorações em torno da exposição centenária acontecem na Caixa Cultural, onde estão expostas 61 obras (aquarelas, guaches e gravuras, entre outras técnicas), algumas emprestadas pelo museu de São Paulo, que retratam a prostituição no mangue carioca ainda na primeira metade do século 20. Mário de Andrade (1893-1945) também é tema de exposição em São Paulo.

O poeta registrou imagens em preto e branco durante uma viagem que fez ao Pará e Peru em 1927, e 60 delas podem ser conhecidas na Caixa Cultural. Mário de Andrade descreveu sua passagem da seguinte maneira: “Viagem pelo Amazonas até o Peru, pelo Madeira até a Bolívia, e pelo Marajó até dizer chega”. Durante o percurso, ele também fez registros escritos sobre paisagens, populações e culturas regionais. Mas as fotos selecionadas revelam o universo do trabalho e do tra­balhador distante dos grandes centros urbanos que, na época, já eram São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1928, Mário de Andrade dedicou-se a outra viagem de reconhecimento do País. Para contar sobre essa experiência, ele mandava todos os dias crônicas ao Diário Nacional, publicadas na coluna O Turista Aprendiz.


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