Seminário debate “A realidade do Pré-Sal”

Foto divulgação

Já faz algum tempo que o Pré-Sal não é mais apenas um “assunto do futuro”. Ele é uma realidade, uma pauta atual que já começa a transformar o Brasil em diversos aspectos. Para debater o tema, a Associação Comercial de São Paulo reuniu, nesta terça-feira, importantes nomes da área do petróleo no seminário “A realidade do Pré-Sal”. Estiveram presentes no debate Guilherme Papaterra, da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Oswaldo Kawakami, da Petrobras, Armando Guedes Coelho, ex-presidente da Petrobras e da Federação das Indústrias do RJ (FIRJAN), e Shigeaki Ueki, ex-ministro de Minas e Energia e ex-presidente da Petrobras.

Foi unânime, entre os quatro presentes, a constatação de que o petróleo do Pré-sal tem potencial para transformar radicalmente a realidade energética e econômica do Brasil, e a partir dessa ideia se pautou o debate. Primeiro orador, Papaterra falou sobre as exigências colocadas pelo Pré-sal, ressaltando que grande parte dos desafios técnicos para a exploração já estão superados. Para ele, os desafios econômicos também estão sendo resolvidos em ritmo acelerado, já que os custos para se extrair o óleo e o gás das camadas profundas estão diminuindo.

Oswaldo Kuwakami, por sua vez, fez uma apresentação mais detalhada sobre a Bacia de Santos – que vai do Rio de Janeiro até Santa Catarina – onde está parte substancial do petróleo do Pré-Sal. O gerente da Petrobras ressaltou que o País deve chegar a produzir 4,2 milhões de barris de petróleo por dia em 2020, aproximadamente o dobro do número atual, sendo que 2 milhões do total virão do Pré-Sal. “Teremos praticamente uma Petrobras a mais produzindo, e com muita mais eficiência do que há hoje.” Em decorrência disso, Kuwakami afirmou que a instalação de novos prédios e a criação de centenas postos de trabalho em Santos devem mudar a cara da cidade litorânea.

Terceiro orador do encontro, Armando Guedes Coelho cravou que o petróleo e o gás natural continuarão sendo extremamente importantes no mundo nos próximos 40 anos, e que os preços não devem cair. Isso significa que o Brasil está em situação muito favorável com as reservas descobertas, e que o País será um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo em alguns anos. Coelho disse ainda que é preciso aumentar a produtividade brasileira através da melhoria dos processos de recuperação, e que grandes investimentos externos serão necessários no Pré-Sal, já que o País não possuí todo o capital que necessita para a produção.

Para o ex-presidente da Petrobras, um dos pontos mais importantes é a qualidade do óleo do Pré-Sal, muito melhor do que a média do que o Brasil produz hoje. Com o novo óleo, leve, não será necessário mais que o País faça importações. Assim como Coelho, o último palestrante, Shigeaki Ueki, ressaltou o quão caros são os investimentos exigidos pelo Pré-Sal para que se alcance a produtividade e capacidade ideias. O ex-ministro de Minas e Energia afirmou, no entanto, que mesmo com altos custos, o negócio do petróleo segue sendo muito lucrativo, e que é necessário obedecer a critérios técnicos, não políticos, para a produção dar certo.


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