Wanderléa, o livro

A autobiografia da cantora Wanderléa – eterna musa da Jovem Guarda – é um assunto que excita o mercado editorial brasileiro há pelo menos uma década. Agora, finalmente a cantora parece disposta a escrevê-la. Wanderléa já imagina como será o livro, ainda sem título. Terá histórias pessoais distribuídas aleatoriamente, sem um rigor cronológico, como contos íntimos. Neste trecho cedido com exclusividade à Brasileiros, uma mostra promissora do que virá. Ela descreve, com leveza e riqueza de detalhes, um Natal feliz em Pasadena, cercada de familiares e amigos ilustres, como a cantora Elis Regina e o maestro Tom Jobim. Foi ali que Wanderléa morou entre 1973 e 1974, ao lado do então marido, Zé Renato, que se submetia a um tratamento com o médico brasileiro Nilson Santos, radicado nos Estados Unidos. José Renato Barbosa de Medeiros, um dos três filhos do apresentador Chacrinha, sofreu um acidente de carro na Semana Santa de 1971 e ficou tetraplégico. Ele e Wanderléa ficaram casados de 1970 a 1979 e hoje são “grandes amigos”.

Entre os personagens que orbitam a vida americana de Wanderléa, estava seu irmão Bill – falecido em 1994 -, um dos estilistas precursores da moda jovem no País. Bill fazia os figurinos que a irmã exibia nos shows.
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Outra figura curiosa nesta história é o segurança pessoal Laurão. Policial militar, ele passou a proteger a cantora quando ela morava no Hotel Normandie, em São Paulo. Wanderléa foi vítima da perseguição implacável de um fã, que chegou a se hospedar no hotel para assediá-la. E nem do Bandido da Luz Vermelha ela escapou. Ao ser preso, ele revelou que tentara se aproximar da cantora, por quem nutria uma paixão platônica, por duas ocasiões. “Ele me escrevia da prisão cartas de amor, muito líricas, afetuosas. Ele nunca soube que fui eu, mas eu mandei um violão para ele na cadeia.”

A mensagem que encerra o texto tem uma influência da vivência espiritualista da cantora. Ela foi ligada a uma comunidade esotérica chamada Mestres Ascencionados da Grande Fraternidade Branca. Wanderléa acredita nas benesses do “fluxo positivo de energias” e em processos de “abertura da consciência”. As energias andam boas. Em breve ela deverá ser a protagonista do novo filme do cineasta paulistano André Klotzel, Reflexões de um Liquidificador, interpretando uma dona-de-casa de classe média chamada Elvira. A última vez em que atuou foi em Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa, de 1969. Enquanto Elvira não vem, Wanderléa solta a voz. Entre suas próximas apresentações, canta nos dias 27 e 28 de outubro, sábado e domingo, no Bar do Tom, no Leblon, Rio de Janeiro. No repertório, Jovem Guarda, canções pós-Jovem Guarda, com direito a uma canja de bossa nova da irmã Wanderte, que aliás também estava naquele Natal em Pasadena. A direção musical é do guitarrista
Lalo Califórnia.


Comentários

2 respostas para “Wanderléa, o livro”

  1. Qual a data do acidente na piscina?

  2. Uma correção, o Zé Renato (Nanato), não ficou paraplegico em acidente de carro, foi um mergulho foi feito na piscina da casa dele,

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