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Em geral, a Globo dá as pautas. Nos últimos meses, no entanto, a Globo virou pauta, seja por questões relativas à sonegação fiscal, seja por debates sobre a “censura” da imprensa, a democratização da mídia ou o apoio da emissora ao golpe de 1964. E o último acontecimento, na sexta-feira, dia 23, é bem representativo do sentimento que parte da sociedade tem manifestado: jogaram merda na Globo. Para os manifestantes, foi apenas uma retribuição: “Devolvemos a merda que a emissora joga para o povo brasileiro todos os dias em seus jornais”, disse a militante Juliane Furno. 

Em sete capitais do País, ativistas do Levante Popular da Juventude comandaram protestos  em frente às sedes do grupo de mídia da família Marinho. Em São Paulo, algumas centenas de pessoas caminharam até a avenida Berrini, na zona sul, picharam paredes  e atiraram esterco nas entradas da Globo. Policiais acompanharam o ato, mas não foi necessário intervir, de acordo com a sala de imprensa da corporação. Será que até eles se identificaram com a causa?

Em manifesto divulgado nas redes sociais, o Levante Popular afirma: “A Globo é a representação máxima do monopólio das comunicações em nosso país, exercendo um poder absoluto na definição do que é verdadeiro e do que é falso, do certo e do errado, do que é legítimo e do que é ilegítimo no Brasil”. O grupo ressalta, nessa linha, a necessidade de democratização da mídia – debate que muitos políticos evitam por terem o “rabo preso” ou medo de sofrerem represálias.

Apoio ao golpe de 1964
Em pauta, nas manifestações, estão também questões como a manipulação de informações, o conservadorismo político, o machismo e, destacadamente, o apoio do grupo midiático ao golpe Militar que derrubou João Goulart em 1964. Este último tema ganhou mais destaque nos últimos dias, com um editorial bastante significativo publicado no Jornal Globo no sábado, dia 31. O jornal admite que apoiar o golpe foi um erro, o que para muitos representou um avanço. Mas a verdade é que o texto faz questão de tentar justificar o ocorrido, falando sobre o temor, na época, de o País ser transformado em um “República Sindical” (em tempos de Guerra Fria).

Soa um pouco mais hipócrita a parte em que o editorial afirma que a Globo acreditou no espírito democrático dos generais: “Naquele contexto, o golpe, chamado de ‘Revolução’, termo adotado pelo Globo durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica”.

Sonegação
Segundo informações publicadas pelo jornal mineiro Hoje em Dia no último mês de julho, a Globo foi notificada 776 vezes pela Receita Federal nos últimos dois anos. A emissora era cobrada por uma dívida de R$ 615 milhões (R$ 183 milhões em impostos sonegados, R$ 157 milhões em juros e R$ 274 milhões em multas). Outro relatório entregue à Receita Federal diz que houve crime quando a emissora comprou os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.

No manifesto do Levante Popular, o assunto não foi esquecido: “Jogamos merda na Globo porque ela é hipócrita. A Globo é propriedade da família mais rica do Brasil. Os filhos de Roberto Marinho somam um patrimônio de R$ 51 bilhões. Ao mesmo tempo, a Globo deve ao Estado brasileiro R$ 615 milhões, somando os impostos que sonegou na compra dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002 e as multas que recebeu da Receita Federal. Ou seja, suas empresas de comunicação atuam como agente moralizante da sociedade brasileira (julgando e denunciando desvios de verbas públicas) e promovem ações voltadas para ‘inclusão social’, enquanto acumulam o maior riqueza familiar do país e sonegam impostos”.

O deputado federal Protógenes Queiroz quer abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) no Congresso para investigar acusações como estas. Fica a questão: quem vai conseguir abrir uma CPI para investigar a Globo?

 


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