Os peritos da Organização das Nações Unidas (ONU) que estiveram na Síria para investigar violações aos direitos humanos advertiram nesta quarta-feira, dia 11, que uma ação militar vai intensificar o sofrimento da população que permanece no país, afastando uma solução negociada para a guerra civil. A conclusão é da comissão que investiga os crimes na Síria.
Para a comissão, aqueles que fornecem armas às partes em confronto na guerra civil da Síria criam uma ilusão de vitória. “Não há solução militar”, asseguram os peritos. Formada por juristas e liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, a comissão divulgou relatório relativo ao período de 15 de maio a 15 de julho (Pinheiro foi capa da edição 61 da Brasileiros, leia a íntegra do perfil).
No documento, os peritos da ONU acusam tanto as forças governamentais quanto os grupos armados da oposição de “crimes de guerra” e registram a “radicalização dos grupos rebeldes armados” à medida em que aumenta o número de combatentes estrangeiros no conflito.
O relatório adianta que os grupos radicais têm vantagem sobre as facções moderadas dos rebeldes, o que explica que grupos como o Al Nusra, Al Sham e o Estado Islâmico do Iraque tenham criado bases no Norte da Síria.
Os peritos informam também que os grupos armados curdos tornaram-se importantes atores do conflito e recrutam crianças como soldados. A divulgação do relatório ocorre na véspera de uma reunião de autoridades dos Estados Unidos e Rússia, em Genebra (Suíça), para tentar uma solução negociada ao conflito que permita a destruição de armas químicas pela comunidade internacional.
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