Profissão professor

Nesta terça-feira, dia 15 de novembro, será celebrado o Dia do Professor. A data – que homenageia uma das profissões mais representativas da construção de um futuro melhor e mais humano – se tornou feriado oficial no Brasil há 50 anos, e serve para nos lembrar que muito ainda deve ser feito para a educação no País. Infelizmente, os professores ainda parecem receber menos reconhecimento do que o merecido, e as condições de trabalho (principalmente na rede pública) ainda estão longe de serem ideais. Mas há muita gente lutando, batalhando, e mudanças parecem estar em curso. 

Com uma série de bate-papos e perfis de profissionais da área, a Brasileiros presta uma singela homenagem aos professores nestes dias que antecedem o feriado. A primeira conversa, publicada na última semana, foi com Antonio Gomes dos Reis, 27, que leciona Geografia em São Paulo (leia aqui). Agora, nosso entrevistado é o professor Fábio Rogério Nepomuceno, 37, Bacharel e Licenciado em Letras e especialista em Mídias na Educação. Professor de Língua Portuguesa da Prefeitura de São Paulo, já deu aulas para crianças e adolescentes, e atualmente dá apoio para as escolas em questões relativas à tecnologias. Leia aqui:

Para você, quais são os maiores prazeres da vida de professor?
O maior prazer da minha profissão é aprender e ajudar outros a aprenderem. Adoro o estudo e a descoberta e fico muito feliz quando percebo que os alunos aprenderam algo comigo.

Quais as maiores dificuldades?
O salário está muito defasado em relação ao nível de formação exigida para ser um bom professor. Também está cada vez mais difícil mediar todos os conflitos da escola e da sala de aula, questões que ultrapassam o trabalho meramente didático.

Por que você escolheu ser professor? Há quantos anos exerce a profissão?
Sou professor há quase 10 anos. Quando fiz Letras ainda não pensava em dar aula – escolhi este curso pelo gosto de estudar linguagem e literatura. Diria que foi este prazer pelo estudo que me levou a querer lecionar.

Você acha que o professor, no Brasil, tem o reconhecimento merecido?
Parcialmente. O achatamento salarial, o desrespeito demonstrado por alguns alunos e toda violência que vimos colegas sofrerem em eventos de protesto, ainda recentemente, mostram que a sociedade em geral não está mais reconhecendo o educador com a importância que de fato tem. Mas a maioria dos pais e das mães dos alunos, assim como a maioria dos alunos, nos tratam com respeito.

Como você faz para ser um professor sintonizado com os novos tempos?
Sobretudo, tento ouvir meus alunos com respeito e atenção. Ouvir pessoalmente, nas aulas ou em momentos menos formais, e pela internet, acompanhando as redes sociais das quais participam. Nossos alunos, nossos jovens que estão hoje na escola fundamental, no ensino médio e entrando nas Faculdades, são os novos tempos. Se por um lado precisam de orientação e formação, por outro trazem um novo olhar sobre o funcionamento do mundo.

Levar a tecnologia para a sala de aula é uma necessidade no mundo moderno?
Com certeza. Mas não como um mero instrumento. Não se trata de usar um novo tipo de “lousa” ou um “giz” mais moderno. As novas tecnologias são importantes por serem também um novo tipo de linguagem. Neste ponto os jovens estão mais avançados, pois muitos deles já nasceram imersos nesta linguagem e intuitivamente sabem como usá-la e mais facilmente podem aprender a criar com ela. Acho que é importante que os educadores pesquisem e tentem usar estas novas tecnologias, aprendendo junto com os alunos, até para poderem orientar a forma como estes recursos serão usados pela sociedade. Mediar este uso para que seja favorável para a maioria e impedir que se torne um recurso de dominação ou manipulação – o olhar crítico do professor é importante para orientar o caminho para onde tanta tecnologia irá nos levar.

Divulgação
O professor em Sarau na EMEF Jairo de Almeida

 


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