São Paulo, segunda-feira à noite. Na Câmara Municipal, Marcos recebe o título de “Cidadão Paulistano” e se emociona. Chora copiosamente, do jeito simples e sincero, característico do goleiro. Aos 35 anos, um símbolo com a camisa 1 do Palmeiras. Pentacampeão do mundo com a Seleção Brasileira.

São Paulo, terça-feira de manhã. No CT do São Paulo, Aloísio despede-se do time no qual foi campeão do mundo, em 2005, e bicampeão brasileiro. Aos 33 anos, vai para o Qatar assinar o último grande contrato da carreira. Apesar dos poucos gols com a camisa do São Paulo (23 em 124 jogos), marca seu nome na história do clube e com a torcida, principalmente pelo passe para Mineiro, no gol do título contra o Liverpool.

Manchester, terça-feira à tarde. Na sede do Manchester City, Robinho é apresentado e recebe a camisa 10. Aos 24 anos, ele chega a um time de médio porte, depois de forçar ao máximo sua saída do Real Madrid, um dos cinco maiores clubes do mundo. Já havia feito o mesmo com quem o revelou para o futebol, o Santos. No currículo, dois títulos brasileiros, uma Copa do Mundo marcada pelo fracasso da seleção e duas conquistas de Campeonato Espanhol em Madri.

Formas diferentes de pensar a carreira profissional e a vida.

Marcos certamente não vai esquecer a noite do dia 1º de setembro. “Agradeço à cidade de São Paulo que me acolheu como filho e ao Palmeiras que me fez quem eu sou”, afirmou, ao globoesporte.com. Vai contar aos filhos, netos e bisnetos sobre a homenagem.

Aloísio leva para o Qatar o carinho da torcida do São Paulo e dos amigos do clube. “Alguns jogadores que fazem muitos gols não conquistaram o que conquistei, tem jogador que só pensa em jogar para si”, disse Aloísio, também ao globoesporte.com, finalizando “Dinheiro é bom quando a gente precisa, mas o importante é ter saúde e ser feliz”. Não precisa dizer mais nada.

Robinho chega na Inglaterra e diz que está “excitado” com o projeto do clube, o mais novo novo rico do futebol mundial, adquirido por um grupo dos Emirados Árabes que já injeta milhões para tornar grande o time. O presidente do Real Madrid, Ramón Calderón, acusa Robinho de forçar a saída do clube espanhol por ser “mal-orientado”. O atacante tem o sonho de ser o melhor jogador do mundo. Qual história será que Robinho vai contar aos filhos, netos e bisnetos?

Em tempos de individualismo, egocentrismo e do vale-tudo pelo dinheiro em todas as profissões, incluindo o futebol, Robinho é mais do mesmo.

Aloísio e Marcos são raros.

OUÇA “Testamento”, de Vinícius de Moraes e Toquinho:



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