Quem me forneceu o título acima foi um motorista de táxi que me levou do Galeão para o Copacabana Palace na segunda-feira.
Contei-lhe que estava indo para este hotel porque os outros estavam todos lotados, e um amigo, em viagem, me ofereceu seu apartamento para pernoitar no Copacabana (ver post anterior).
O taxista riu e, como bom carioca, emendou sua filosofia de bate pronto: “Tá vendo? É melhor ter amigo do que ter dinheiro. Mesmo tendo dinheiro para pagar, o senhor não encontrou hotel. E agora vai ficar no Copacabana Palace de graça”
Várias concidências me levam a voltar a este tema da amizade. Como vocês poderão ler nos dois posts anteriores abaixo, conto ali a belíssima história da amizade de dois tenentes-coronéis aviadores, colegas de turma desde o início da carreira, em que um salvou a vida do outro doando seu rim.
Passei o fim de semana sem a família em São Sebastião _ agora até os netos estão cheios de compromissos sociais nos fins de semana _, mas não fiquei sozinho, coisa que detesto.
Desde que cheguei ao bar do Boi na quinta-feira, passei estes dias cercado de bons amigos que não via há tempos e fui servido de ótimos peixes recém-saídos do mar de Toque-Toque Pequeno, uma antiga aldeia de pescadores.
Numa noite, dando uma última pescada nas mensagens do outlock, encontro uma preciosidade sobre o mesmo tema da amizade que me foi enviada por Frei Betto, outro amigo desses que a gente chama de irmão.
Veio com um curto recado: “Envio o texto abaixo a você e Mara. Não é meu. Mas diz tudo. Fraternura. Betto”
Fiquei sem saber quem é o autor, mas vale a pena reproduzí-lo para vocês:
Um jovem recém casado estava sentado num sofá num dia quente e úmido,
bebericando chá gelado durante uma visita ao seu pai.
Ao conversarem sobre a vida, o casamento, as responsabilidades da vida, as obrigações da pessoa adulta, o pai remexia pensativamente os cubos de gelo no seu copo e lançou um olhar claro e sóbrio para seu filho.
_ Nunca esqueça de seus amigos!, aconselhou. Serão mais importantes na medida em que você envelhecer.
Independentemente do quanto você ame sua família, os filhos que porventura vier a ter, você sempre precisará de amigos.
Lembre-se de ocasionalmente ir a lugares com eles; faça coisa com eles; telefone para eles
Que estranho conselho!, pensou o jovem.
Acabo de ingressar no mundo dos casados. Sou adulto. Com certeza minha esposa e família que inciaremos serão tudo que necessito para dar sentido à minha vida!
Contudo, ele obedeceu ao pai.
Manteve o contato com seus amigos e anualmente aumentava o número deles.
Na medida em que os anos se passavam, ele foi compreendendo que seu pai sabia do que falava.
Conforme o tempo e a natureza realizam suas mudanças e mistérios sobre um homem, amigos são baluartes de sua vida.
Passados mais de 40 anos, eis o que ele aprendeu:
O Tempo passa.
A vida Acontece.
A distância separa.
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêm.
O amor fica mais frouxo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração se rompe.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.
Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros estão entre a gente.
Um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo pela gente, intervindo em nosso favor, e esperando de braços abertos, abençoando a nossa vida!
Quando iniciamos esta aventura chamada vida, não sabíamos das incríveis alegrias ou tristrezas que estavam adiante.
Nem sabíamos o quanto precisaríamos uns dos outros.
Remeta este texto a todos os camigos que ajudam a dar sentido à sua vida.
É o que estou fazendo.
Meu pai morreu antes de poder me dar estes conselhos. Aprendi sozinho o valor da amizade. Por isso, convido os leitores a participarem desta corrente contando também as suas histórias de amigos e amizades.
Bom final de domingo.
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