Dia 5 de oububro de 2008, 16 horas. Abrindo os trabalhos do plantão do “Balaio” neste domingo de eleições, arrisco-me a dizer, a uma hora do fechamento das urnas, que esta foi a eleição mais calma e previsível desde a redemocratização do país.
Como dizia aqui já no início da campanha eleitoral, e as últimas pesquisas do Ibope e do Datafolha confirmaram na véspera, na maioria das capitais os atuais prefeitos serão reeleitos, por larga margem de votos. Resta agora conhecer as poucas cidades onde haverá segundo turno e quem vai disputar.
Acabo de chegar de Porangaba, onde o domingo de eleições mais lembrava um feriado religioso de tão calmo. Sem guerra de bandeiras, sem boca de urna, sem filas para votar, sem rojões e sem tiros, esta pequena cidade do interior paulista serviu de amostra sobre como foi a votação em todo o país, que acompanhei pelo rádio do carro.
Só havia algum movimento perto das escolas onde estavam instaladas as zonas eleitorias. A única que teve problemas foi justamente a minha, a 34ª, porque a urna eletrônica não funcionou. Levaram pouco mais de uma hora para trocá-la, mas a única fila na escola ficou lá firme até a hora do almoço, quando fui votar.
Ali, é verdade, votam os eleitores dos bairros rurais, ainda com dificuldades para operar os comandos da urna eletrônica, o que atrasou ainda mais o andamento da fila. Além disso, com a lei seca suspensa em São Paulo e a bebida liberada, muitos eleitores chegaram já bastante alegres e tiveram alguma dificuldade para acertar seu voto.
Para mim, no entanto, foi uma eleição histórica já que, pela primeira vez (sempre tem uma primeira vez, não é mesmo Washigton Olivetto?) digitei o número tucano 45(em Porangaba, não tinha candidato a prefeito do PT e as opções não eram animadoras, coisa de cidade do interior).
Pela primeira vez nos últimos 32 anos, Xuíte não era candidato a nada, mas estava lá sem arredar pé da escola onde fui votar, cumprimentando cada um que chegava.
Desde que foi candidato a prefeito, em 1976, o professor Hélio Alves Vaz, de 58 anos, que todos só conhecem por Xuíte, sempre teve seu nome nas listas de candidatos. Agora, cansou de ser candidato, mas não de acompanhar a votação.
Até fiquei com pena dos meus colegas da CBN que precisaram passar o dia inteiro ao vivo falando de uma eleição de poucas notícias, e por isso elas foram repetidas muitas vezes.
Eram apenas informações de rotina de qualquer eleição: 1.200 urnas que não funcionaram (apenas 0,5% do total de 450 mil espalhadas pelo país), 168 psssoas foram presas em flagrante, sendo 30 delas candidatos.
É o que temos para o momento. O suspense fica por conta do Rio (Gabeira ou Crivella no segundo turno?), de Porto Alegre (Maria do Rosário ou Maria Manoela?) e, claro, de Salvador, onde a disputa se manteve até o último momento entre três candidatos: João Henrique (PMDB), Walter Pinheiro (PT) e ACM Neto (DEM).
Vamos esperar os resultados de boca de urna do Ibope que a TV Globo vai anunciar daqui a pouco.
Até já.
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