No dia em que todas as atenções estavam voltadas para a prisão dos réus condenados no processo do mensalão, a presidenta Dilma Rousseff preferiu não se manifestar sobre o assunto durante ato político no 13o Congresso do PCdoB, realizado nesta sexta-feira, dia 15, em São Paulo. Em discurso de mais de uma hora, Dilma destacou a aliança sólida entre PT e os comunistas desde 1989, e listou as conquistas econômicas e sociais alcançadas nos últimos dez anos, em que os partidos estão no governo federal.
“Se esta aliança dura tanto tempo é porque há afinidade e identidade entre nós. E porque há solidariedade, nos bons e nos maus momentos. O PCdoB, em sua longa trajetória de lutas, nunca fugiu de uma boa batalha em favor do Brasil e do nosso povo”, disse a presidenta, muito aplaudida pelos militantes presentes. “Vejo nos olhos de vocês a mesma entrega daqueles que morreram no Araguaia lutando por um País melhor”, continuou, em referência à Guerrilha do Araguaia, na qual morreram vários militantes do PCdoB.
Em uma breve fala, por sua vez, o prefeito Fernando Haddad também destacou o passado dos comunistas, e afirmou que se PT e PCdoB são partidos irmãos, “os comunistas são o irmão mais velho”. “O PCdoB é o irmão mais velho e mais sábio”, disse Haddad, se referindo aos mais de 90 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil. Ele falou também da importância de manter acesa a chama do socialismo no Brasil.
Na troca de afagos, Dilma ainda destacou sua grande satisfação com o trabalho do ministro Aldo Rebelo (PCdoB) à frente da pasta dos Esportes e disse ter plena confiança de que a Copa de 2014 no Brasil será um sucesso com ele no comando. A presidenta também comemorou o fim da miséria no País, defendeu o modelo de licitação do petróleo do campo de Libra e falou sobre a importância do programa Mais Médicos. Dilma voltou a garantir que a inflação fechará o ano dentro da meta. “Se equivocam aqueles que dizem que a inflação não está sobre controle. Nossa situação fiscal nunca foi tão sólida”, afirmou.
Mensalão
A crítica à prisão dos condenados do processo do mensalão ficou por conta de membros do PCdoB. Integrantes da UJS (União da Juventude Socialista) cantaram gritos como: “A nossa luta é o nosso hino/ Pela verdade, por Dirceu, por Genoino”; ou ainda “A verdade é dura/ A rede Globo apoiou a ditadura”. Em sua fala de abertura do congresso, intitulado “Avançar nas mudanças”, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo também foi bastante enfático.
“A grande mídia festeja. E tenta criar um clima que lembra a Idade Média, quando condenados pela Inquisição eram lançados às fogueiras. O PCdoB não vê motivo para festa nem julga que a justiça está sendo feita. O julgamento foi evidentemente político, e se realizou sob forte pressão da grande mídia. O PCdoB reafirma a convicção de que nenhum cidadão pode ser condenado com base na suma presunção da culpa”, disse ele. E concluiu: “Toda nossa solidariedade aos companheiros presos injustiçados”.
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