No emocionante discurso da vitória, Barack Obama citou uma pessoa em especial para definir o momento histórico nos Estados Unidos: Ann Nixon Cooper, de 106 anos. Obama citou a mulher negra para exemplificar as grandes mudanças ocorridas no país num curto período de tempo:
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“Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.
Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.
Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos – por ser mulher e pela cor de sua pele.
Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA – a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.”
Sem dúvida, Ann testemunhou transformações profundas nos Estados Unidos e vive para ver de perto a nova mudança em curso. Na CNN, rede americana de TV, a mais velha eleitora norte-americana disse não acreditar no momento. “O primeiro presidente negro, não é demais aos 106 anos?”, falou, incrédula.
O espanto sai da boca de uma mulher que votou pela primeira vez somente aos 63 anos de idade. Nascida no dia 9 de janeiro de 1902, em Shelbyville, no estado do Tennessee, no centro-sul dos EUA, Ann foi criada pela tia, depois da morte da mãe que levou cada um dos seis filhos para um canto.
Aos 20 anos, ela se casou com Albert Berry Cooper, um dentista de Nashville, também Tennessee. O casal mudou-se para Atlanta, na Geórgia, onde Ann trabalhou como escrivã numa companhia de seguro. Depois, serviu por mais de 50 anos no Conselho da Associação de Enfermagem da cidade. Além disso, Ann ajudou a fundar uma organização de mulheres para a juventude negra em Atlanta. Nos anos 70, continuou ativa na comunidade, ajudando na alfabetização de pessoas, numa Igreja Batista.
Na década de 80, Ann ganhou prêmio de um canal de TV de Atlanta, pela contribuição na luta pelos direitos civis dos negros. Em 2002, mais uma condecoração pelos serviços comunitários, dessa vez entregue pela biblioteca de Auburn, no Alabama.
Ann Nixon Cooper, um símbolo do novo país que nasceu com Obama.
Assista trecho do discurso de Obama falando de Ann Nixon Cooper:
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