Arte contemporânea ocupa Paris

Henrique Oliveira, Baitogogo,  2013, madeira compensada e galhos, 6,74 x 11,79 x 20,76 m
Henrique Oliveira, Baitogogo, 2013, madeira compensada e galhos, 6,74 x 11,79 x 20,76 m

Os pilares do Palais de Tokyo em Paris, hoje um dos maiores centros de experimentação e exposição da arte contemporânea, foram prolongados e transformados pela obra orgânica do brasileiro Henrique Oliveira, em setembro passado, durante a temporada Nouvelles Vagues, organizada por 21 jovens curadores de vários países.

Henrique Oliveira expôs A Origem do Mundo, na Bienal de São Paulo, em 2010, e daí em diante não parou mais. O nome dessa fantástica escultura-instalação, Baitogogo, teve sua origem em um mito indígena de Mato Grosso, relatada no livro O Cru e o Cozido, do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, em que uma árvore nasce nas costas de um índio chamado Baitogogo.

Construída com cintas de tapumes de madeira que são a assinatura do artista, o “tecido” cria camadas de forma e cor, semelhantes às de um tecido muscular, que cresce e se alimenta como um parasita, neste caso da arquitetura do museu.

Na FIAC, o brasileiro, que teve colaboração da SAM Art Projects para produzir a obra no Palais, foi representado pela Galeria G-P & N Vallois.

Hoje, no Palais de Tokyo, quem dá continuidade à arrojada programação é o artista francês Philippe Parreno que orquestrou, literalmente, uma ópera, a Anywhere Out of the World, composta por peças antigas e novas, de sons, luzes, esculturas, vídeos e performances. Regida pela música do balé Petrouchka, do músico russo Igor Stravinsky para quatro pianos.

Parreno criou um percurso ao longo dos diferentes espaços do museu, onde conseguiu amarrar o ritmo da iluminação e das imagens e dos vídeos ao ritmo dos movimentos e variações de Petrouchka. Um fantasma contemporâneo anima o espaço. O artista trabalhou os espaços do Palais de Tokyo com a ajuda do paisagista Bas Smets para criar uma leitura do espaço, uma arquitetura do deslocamento. Habitualmente, nas exposições a arquitetura preexiste e Parreno quis que a exposição construísse outra arquitetura: “Eu disse a Jean de Loisy, que se ocupou da montagem, que seria interessante que certos gestos arquiteturais fossem conservados, porque os problemas mudam progressivamente através das exposições”

Se estiver ou for a Paris, não perca, até 12 de janeiro de 2014.

A exposição advém do fantasma de petrouchka que reina sobre a vila no fim do balé? Parreno diz que não. o balé termina com ponto de interrogação. “Afinal, Stravinsky dizia que essa peça era o que ele tinha escrito de mais bonito”, confessa
A exposição advém do fantasma de petrouchka que reina sobre a vila no fim do balé? Parreno diz que não. o balé termina com ponto de interrogação. “Afinal, Stravinsky dizia que essa peça era o que ele tinha escrito de mais bonito”, confessa


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