Crise, crise, crise, e Lula sobe mais

Ao voltar do dentista, fui dar uma espiada, como diria o Pedro Bial, no blog do meu colega Ricardo Noblat, e tomei um susto quando vi a manchete na home do Globo.com:

“Crise faz produção industrial ter, em dezembro, maior queda em 17 anos”.

Já imaginei logo meus velhos amigos da imprensa esfregando as mãos de satisfação como a dizer: “Agora ele se ferrou! Espera só a próxima pesquisa! Só quero ver!”

Pois logo abaixo da manchete, vem a chamada para o blog do Noblat:

“Apesar da crise, popularidade de Lula aumenta”.

E não só aumentou a aprovação de Lula na nova rodada do Instituto Sensus, como bateu novo recorde: chegou a 84%. Em dezembro, era de 80,3%.

Que se passa?, perguntaria, incrédulo, meu amigo Clóvis Rossi, com toda razão. Você pega o jornal, liga a televisão, folheia a revista, e é só crise, crise, crise, o Brasil se acabando, caminhando para o abismo.

O governo apanha de todo lado, qualquer que seja a medida adotada para enfrentar a crise. Demora demais, faz tudo errado, dizem os analistas, e aí o povo teima em apoiar Lula.

Logo em seguida, entra novo post no blog do Noblat, ainda mais inverossímel, improvável, espantoso mesmo, com novos dados do Sensus, agora sobre a próxima eleição presidencial.

Na pesquisa espontanea, em que o entrevistado fala o primeiro nome que lhe vem à cabeça quando lhe perguntam em quem pretende voltar em 2010, deu Lula de novo.

Mais do que isso: ele foi de 20,4%, em dezembro, para 21,3% agora.

Enquanto isso, o segundo colocado, José Serra, caiu de 10,4%, em dezembro, para 8,7%, em fevereiro.

Será que alguém vai dar esta manchete?:

“Eleições 2010: Lula sobe e Serra cai”.

Aí também seria querer demais Todos sabemos que Lula não pode, não quer e não será candidato em 2010. Mas não deixa de ser engraçado.

Na reta final da campanha de 2006, ao ver a manchete do jornal na banca mostrando Lula subindo na pesquisa do segundo turmo, um vizinho meu, inconformado, comentou:

“Este Lula, só matando..”

Diante desta nova pesquisa, talvez ele chegue a outra conclusão:

“Só matando este povo”


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