Sarney usa seguranças do Senado para vigiar seus bens no Maranhão

No início da semana, o presidente do Senado e ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP), mostrou-se frontalmente contra o pagamento de horas extras durante o recesso parlamentar de janeiro. Sarney, inclusive, determinou que funcionários de seu gabinete devolvessem o dinheiro. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o Senado pagou, ao menos, R$ 6,2 milhões em horas extras para 3.883 funcionários no primeiro mês do ano, na qual não havia atividade parlamentar.

Nesta quinta (12), o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o mesmo Sarney usou seguranças do Senado para vigiar seus bens na capital do Maranhão, São Luís. O ex-presidente temia reações violentas contra o seu patrimônio por causa da cassação do governador do estado, Jackson Lago (PDT). Segundo a reportagem, quatro seguranças foram enviados à cidade no dia 9 de fevereiro, véspera do início do julgamento de Lago, que acabou cassado na última semana (dia 4). Roseana Sarney (PMDB-MA), filha do presidente do Senado e segunda colocada na eleição de 2006, foi empossada no mesmo dia. Os gastos somente com as diárias dos seguranças chegaram a R$ 4 mil.

Independentemente de números e gastos, a atitude de Sarney revela os velhos métodos de um coronel, que usa da “força do Estado” para fins particulares. Lamentável que ainda existam dentro do cenário político brasileiro pessoas com essa mentalidade, do “primeiro eu, depois os outros”. Uma hora ou outra, a veia atrasada, conservadora e até truculenta de Sarney iria aparecer. Foi mais rápido do que o imaginado.

O País precisa de gente nova na política. As eleições de Sarney para presidente do Senado e de Michel Temer para presidente da Câmara, além da presença de Collor dentro de comissão do Senado, são passos para trás numa estrada longa para arejar a política nacional. Está na hora de mudar, como fizeram os Estados Unidos com a eleição de Obama.


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