Movimento, sons, luzes. A cidade volta à sua rotina. Ansiedade, medo, vontade. As pessoas tentam regressar para a normalidade do cotidiano, voltando às suas vidas normais.
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Escritórios, restaurantes, cinemas e o comércio em geral retomam suas atividades. O governo lançou, porém, medidas preventivas para essas reaberturas. Os restaurantes, por exemplo, só podem receber metade da sua capacidade, com mesas mantendo uma distância de mais de dois metros.

As empresas também devem seguir normas especificas para esse recomeço, evitando o retorno de mulheres grávidas e permitindo que pessoas com filhos pequenos trabalhem de suas casas, até dia 11, segunda-feira e dia de reabertura das escolas.

Os colégios vão passar por uma limpeza geral. Desinfetar as salas de aula, as mesas e as cadeiras rigorosamente, para receber os alunos na segunda-feira. A Secretária de Educação enviou para todos, por e-mail, regras que devem ser seguidas, como o uso de máscaras, não compartilhar lápis e material escolar com outro colega e uma distância obrigatória dentro das salas de aula.

A princípio, as coisas parecem mais calmas e controladas, apesar do número de pessoas contaminadas já passarem de mil, com 42 mortes. O governo prevê, nesses próximos dias, um aumento de casos devido ao retorno do dia-a-dia.

Mas esse recomeçar não parece fácil. As máscaras timidamente vão caindo dos rostos das pessoas, mostrando que a turbulência passou, que as incertezas da semana passada ficaram para trás, e que, agora, temos algumas novas regras de convivência.

Os mexicanos têm o hábito de beijar sempre quando se encontram. Mesmo na correria do dia, quando no Brasil se manda um oi de longe, um “tchauzinho”, aqui não. Eles param o que estão fazendo para dar beijos, não importa onde estejam ou quão sem tempo estão. Não importa se o outro está ao telefone ou falando com outra pessoa. Beijar é essencial!

O beijo agora está proibido e para o mexicano essa deve ser a pior e mais difícil regra a ser cumprida a partir de hoje. Não poder “saludar” com a típica “beijação” a que estão acostumados. E tudo, a vida e a cidade só voltarão a ser como antes quando os beijos reaparecerem pelas ruas da Cidade do México.

*Andréa D’Andrea é jornalista, mora com o marido e os dois filhos em Atizapán de Zaragoza, cidade satélite da Cidade do México, onde tem suas atividades.


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