Depois de participar da Feira do Livro em Paris, em março, o Brasil foi o convidado de honra da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) para participar da mais importante feira cultural de Lisboa, a Feira do Livro. A 79ª edição da feira, que teve o tema “Viver a Leitura”, foi realizada entre 30 de abril e 17 de maio. De caráter nacional, o evento todo o ano convida um país lusófono para ser homenageado e o Brasil foi o escolhido em 2009.
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O evento foi realizado no Parque Eduardo VII, jardim público, assim chamado em honra do monarca inglês, que em 1902 visitou Lisboa para reafirmar a aliança anglo-lusa. A abertura contou com a presença de autoridades portuguesas e brasileiras, entre elas o ministro da Cultura de Portugal, José António Pinto Ribeiro, o embaixador do Brasil em Portugal, Celso Marcos Vieira de Souza, o prefeito de Lisboa, António Costa, e Rui Beja, presidente da APEL, entre outros. Do Brasil, Tânia Pacheco, coordenadora geral de Planejamento e Administração da Fundação Biblioteca Nacional, foi enviada exclusiva do País para representar o ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o presidente da Biblioteca Nacional, Muniz Sodré.
Em entrevista exclusiva à Brasileiros, o embaixador Celso Vieira disse ter sido uma honra participar da abertura da Feira, junto às autoridades portuguesas, além de ser o único embaixador presente. Afirmou também que, no seu ponto de vista, a Feira tem o mérito de realçar o livro, já que, segundo ele, vivemos num mundo audiovisual. O diplomata aproveitou a oportunidade para oferecer a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Cícero Sandroni – Ed. Global) ao ministro da Cultura, José António, e ao prefeito de Lisboa, António Costa.
A Feira mostrou um diferencial em relação ao ano passado. Foram utilizados mais espaços, incluindo quatro praças, sendo uma central, onde ocorreram vários eventos ligados à leitura e ao combate ao analfabetismo. Cabe também destacar uma feira do minilivro, na qual foi apresentada a nova tecnologia eletrônica lusa: o primeiro minicomputador produzido no país, chamado “Magalhães”, uma homenagem ao famoso navegador Fernão de Magalhães.
Foram mais de 140 mil participantes em 220 stands, com uma programação cultural de 200 ações de entretenimento, distribuídas pelos 18 dias do evento. Entre as atividades apresentadas, destaque para a “encruzilhada de livros”, um espaço dedicado à troca de livros e que fomentou a partilha de memórias e testemunhos de leitores. No total, foram mais de 300 horas de atividades à volta do livro e da leitura, número recorde na história da Feira. O Parque Eduardo VII também recebeu ilustres escritores portugueses, como António Lobo Antunes, Margarida Rebelo Pinto, Rita Ferro e outros.
A comitiva brasileira ocupou dois espaçosos stands num lugar privilegiado denominado “Praça Brasil”. As atividades foram programadas pelo Ministério da Cultura do Brasil e pela Câmara Brasileira do Livro. Teve como principal objetivo divulgar a cultura brasileira por meio de livros, CDs e vídeos, estimulando os países de língua portuguesa, promovendo assim um intercâmbio cultural. Na Praça Brasil, houve também uma exposição sobre o escritor Machado de Assis, “Cem anos de uma cartografia inacabada”.
As atividades nos espaços também contaram com a presença de escritores premiados e reconhecidos internacionalmente, como o jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do best-seller 1808, lançado no Brasil (Ed. Planeta) e em Portugal (Ed. Dom Quixote). Outros ilustres escritores brasileiros convidados pela Biblioteca Nacional autografaram seus livros e deram palestras. Entre eles, Silviano Santiago, Fabiano dos Santos, Marcelino Freire, Carlos Nejar, José Castilho e o professor e escritor Cristovão Tezza, que explicou como escrever ficção e biografia. Tezza concluiu a palestra explicando o percurso que seguiu com o seu último livro O Filho Eterno.
Após o sucesso de público e intercâmbio cultural, a 79ª Edição da Feira do Livro seguiu para a cidade do Porto, onde fica de 27 de maio até 14 de junho, com a mesma programação. O Brasil estará presente com a tenda “Machado de Assis”. Concluído o evento, a tenda e os livros serão doados à biblioteca da Embaixada do Brasil e à biblioteca pública de Portugal.
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