Com a Copa do Mundo se aproximando, o futebol vem mostrando que, se a crise chegou a preocupar em algum momento, aparentemente já não é mais um problema.
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A última demonstração de fartura no esporte mais popular do planeta foi a contratação de Kaká pelos esbanjadores espanhóis do Real Madrid, por nada mais nada menos que 65 milhões de euros (cerca de R$ 180 milhões), a segunda mais cara da história do esporte (atrás da compra de Zidane pelo mesmo Real Madrid, em 2001, por 75 milhões de euros). A compra do brasileiro que defendia o Milan não apenas engordou os bolsos dos italianos. O São Paulo, por ser o clube formador do craque também está rindo à toa, pois terá direito a 3,5% do total, aproximadamente R$ 6,5 milhões.
Kaká, quando deu entrevista confirmando a troca de clube, na segunda-feira, até citou a crise como um dos motivos que provocou sua saída “forçada” de Milão. Claro, o futebol italiano sofre muito com a turbulência econômica mundial, porém, quem tem acompanhado os noticiários sabe que a crise que o agora ex-clube de Kaká enfrenta é muito mais política, motivada pela falta de discrição de seu dono e primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi.
Outra informação recente no mundo da bola foi a contratação do técnico Luiz Felipe Scolari pelo Bunyodkor, do Uzbequistão. Ao confirmar sua ida ao longínquo país asiático, Felipão admitiu que a questão financeira não é determinante, porém muito importante. Com o dinheiro do petróleo, o Oriente, mesmo em tempos de crise, continua atraindo muitas estrelas renomadas para seu futebol, como Rivaldo, estrela do Bunyodkor e fundamental para a chegada de Felipão ao clube.
Até o futebol brasileiro parece mostrar que respira sem ajuda de aparelhos. O campeonato nacional desse ano teve a volta de craques de nível de seleção, como o flamenguista Adriano, o tricolor carioca Fred e o corintiano Ronaldo. Apesar de estarem com o mercado limitado na Europa, aqui no Brasil contam com salários astronômicos, comparáveis até aos do Velho Continente.
A revista Placar divulgou na última semana uma lista com os 10 maiores salários do futebol brasileiro e, como já era de se esperar, quem encabeça a relação é Ronaldo, com um salário fenomenal de R$ 1,1 milhão. A soma inclui participação do Fenômeno nos patrocínios do Corinthians, mas, ainda assim, é muito alta para os padrões nacionais. O Imperador Adriano e Nilmar, do Internacional, aparecem em seguida, com R$ 362 e 360 mil, respectivamente. A lista segue até o décimo lugar, que tem um empate entre Marcos, do Palmeiras, D’Alessandro, do Inter, e os santistas Léo e Fabio Costa, todos ganhando R$ 200 mil por mês.
É muito difícil, para não dizer impossível achar algum setor no Brasil que pague salários como esse, de maneira legal, é claro. Em breve, no meio do ano, a janela de transferências para o futebol europeu e de outros mercados será aberta e veremos se o futebol, tanto no Brasil quanto no mundo, realmente vai bem das pernas. Veremos se haverá comprador dos nossos poucos craques que restam aqui. Se houver, veremos a força dos clubes brasileiros para segurar mais um pouco os jogadores no País.
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