Defensor da ditadura militar, de medidas que “reforcem a família tradicional” e apoiador do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) para a Comissão de Direitos Humanos, Jair Bolsonaro, do PP-RJ, afirmou que pretende presidir a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara. No entanto, integrantes da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos se articulam para evitar que o deputado fluminense prossiga com a candidatura.
Ao portal de notícias G1, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que terá uma reunião nesta terça-feira (11) com o líder do PT, Vicentinho, para defender que o partido assuma a presidência da comissão e, assim bloqueie a iniciativa de Bolsonaro. O comando das comissões deve ser definido ainda neste mês pelos partidos políticos com representação na Câmara.
Em seu sexto mandato, Bolsonaro ficou conhecido pelas declarações racistas e homofóbicas à imprensa. Contrário às cotas, a legalização do casamento gay, Bolsonaro já afirmou também ser a favor de diminuir a maioridade penal e a favor da pena de morte. “Eu sei que é cláusula pétrea da Constituição, mas, se depender de mim, eu vou dar espaço para gente que vai defender a pena de morte na comissão. Direitos Humanos para seres humanos. Quem não é ser humano, cadeia. E, se for o caso, a morte”, afirmou o deputado.
Com apoio de Feliciano, Bolsonaro trabalha junto à bancada de seu partido para se eleger presidente do colegiado. No entanto, as siglas com as maiores bancadas têm direito de escolher primeiro as comissões que pretendem presidir. Assim, o PT, maior bancada da Câmara, tem direito a presidir três comissões e é o primeiro a fazer a escolha.
Porém, o partido também tem interesse em outros colegiados estratégicos, caso das comissões de Agricultura, Educação, Saúde e Seguridade Social e Família. Se a bancada optar por outras comissões, o PP, que tem direito a uma comissão, poderá ficar com a de Direitos Humanos.
Segundo o deputado Jean Wyllys, se o PT abrir mão da Comissão de Direitos Humanos, há uma chance real de o PP escolher esse colegiado, e aí Jair Bolsonaro deve ser o indicado. “Bolsonaro ocupar a Comissão de Direitos Humanos é desmoralização da Câmara como um todo, não só esvaziamento da comissão. Ele nega os direitos humanos como universais. O interesse maior é um retorno midiático em ano eleitoral”, afirmou.
A deputada Érika Kokay (PT-DF), coordenadora da Frente Parlamentar dos Direitos Humanos, afirmou que está trabalhando para evitar o comando de Bolsonaro. Segundo ela, não há possibilidade do partido não resgatar a Comissão de Direitos Humanos.
Bolsonaro já afirmou que presidir a CDH seria uma ótima vitrine para ele e seu partido em ano eleitoral. A assessoria de Marco Feliciano informou que o deputado apoia totalmente a candidatura de Bolsonaro ao comando do colegiado de direitos humanos.
Com informações de agências de notícias.
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