No encontro de balaieiros, cachaça e Nelson Gonçalves

Atualizado às 20:53

Caros balaieiros,

ganhamos!

Um dia depois do nosso encontro para comemorar um ano de Balaio, ganhamos agora à noite, em São Paulo, o Prêmio TOP BLOG 2009, na categoria Política, de acordo com a votação do Júri Acadêmico. No brevíssimo discurso de agradecimento, dediquei o prêmio aos leitores. Vocês merecem! Obrigado!

Abração,

Ricardo Kotscho

***

Pela hora em que este texto está sendo publicado, vocês podem imaginar como foi animado o encontro dos balaieiros no primeiro aniversário deste blog, que começou na sexta e acabou no sábado. Poucas vezes na minha vida profissional, que já vai completar 45 anos no próximo mês, me senti tão feliz e realizado com o trabalho.

Conhecer os leitores que habitualmente escrevem comentários no Balaio, muitos vindos de longe para a nossa confraternização no bairro de Santa Cecília, região central de São Paulo, foi uma experiência nova e agradável para quem passou quase toda a carreira em grandes redações. O leitor, para mim, sempre foi um ser invisível.

Não era uma multidão, mas umas 50 pessoas passaram por lá, o suficiente para lotar um pequeno galpão do Espetinho & Cia., onde estava passando o último capítulo da novela das oito, que ninguém assistiu. Entre elas, estavam muitos estudantes e também alguns jornalistas de diferentes gerações pelos quais tenho a maior admiração, como o grande Audálio Dantas (sempre com sua Vanira, também jornalista), Ricardo Carvalho, Elias Novelino, Mariza Marega e Mauro Júnior, que veio do Rio.

A noite começou numa casa de chope e espetinhos no reduto boemio de Lilian Gonçalves na rua Canuto Do Val e terminou já de madrugada no bar que leva o nome do pai dela, Nelson Gonçalves. Boa música, boa conversa, com bons amigos, o que mais um blogueiro pode querer da vida?

Sob o comando da incansável Aliz, a leitora que organizou tudo e passou a noite tirando fotografias e pegando os contatos de todo mundo, o pessoal se divertiu contando suas histórias, lembrando os debates aqui travados e como vieram parar aqui. Foi ela querm tornou realidade a idéia de reunir os balaieiros, lançada meses atrás pelo Enio, que parecia o mais feliz de todos em sua possante cadeira de rodas motorizada.

A mais animada era a turma liderada pelo Everaldo, o Vevé, que veio de Goiania de carro, mais de 12 horas de estrada. O que não faltou foi cachaça, das mais diversas procedências. Cada um fazia questão que os outros provassem da sua e o pessoal tinha dificuldades em escolher a melhor, se me entendem

O leitor Rodrigo Mallmann, de Porto alegre, não pôde vir, mas mandou sua representante, uma garrafa de Marisqueira, aguardante composta com canela e erva-doce, produzida na cidade gaúcha de Dom Pedro de Alcântara. Foi-nos mandada com um bilhete dele colado na garrafa, que eu não deixei abrir e vou guardar de lembrança na minha coleção.

“A lida campeira não permitiu minha ida para os pagos de São Paulo acompanhar esse entrevero de gente de tudo que é querência. Então mando como singela lembrança uma canha gaudéria de primeira estirpe, a mais entornada por este pago. Daquelas de se tomar purinha e depois sair corcoviando feito pingo chucro”.

Este é o Brasil velho de guerra que agora tem voz e vez na internet e se reúne sem pedir licença a ninguém. “Este teu blog é diferente porque tem alma”, me disse Vevé na despedida, resumindo o espírito da coisa. Na internet, o leitor existe, tem cara, vida própria e opinião, não é um ser abstrato e passivo que apenas lê o que a gente escreve como era no tempo da imprensa de papel. Ninguém mais é dono da verdade – e isso é muito bom.


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