Há exatos 25 anos, o New York Cosmos, um dos mais folclóricos times de futebol, disputava a sua última partida oficial. A derrota pelo placar mínimo para o Chicago Sting dava fim a uma das sagas mais famosas do esporte.
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Em 1970, o único futebol que os americanos conheciam era jogado com as mãos, e o investimento e a visibilidade dados ao esporte bretão eram minúsculos. Inspirados pela então recente conquista da Copa pela seleção canarinho, dois irmãos turcos resolveram montar um time, com origem em Nova York, mas estilo brasileiro. O uniforme original seria verde e amarelo, inspirado no Brasil.
Apesar dos irmãos Ertegün terem sido os grandes idealizadores, nada teria sido possível sem Steve Ross, presidente da Warner Bros, que viu futuro na iniciativa, investiu milhões e deu início à era galáctica do Cosmos, apelido de “Cosmopolitans”, um nome inspirado no New York Metropolitans, os Mets do beisebol.
Em 1974, o amarelo foi trocado pelo branco, mas a equipe tornou-se mais brasileira do que nunca. Após repensar a aposentadoria, Pelé, o maior de todos os tempos, foi seduzido por uma proposta milionária: R$ 3 milhões de dólares, um caminhão de dinheiro na época.
Mas o Rei do futebol não foi o único a chegar na terra do Tio Sam. Outros gênios do futebol, como o também brasileiro Carlos Alberto Torres, o Kaiser Franz Beckenbauer e o holandês Johan Neeskens, um dos principais jogadores da célebre Laranja Mecânica, também foram atraídos pelos dólares americanos.
O que clubes europeus fazem hoje em dia já era feito há anos no Cosmos. Com os altos investimentos dando retorno, a equipe chegou a contar com jogadores de 16 nacionalidades diferentes no mesmo elenco. Mas, nem os cinco títulos nacionais que a equipe conquistou durante os 13 anos filiados à NASL (North American Soccer League, primeira liga organizada de futebol profissional nos Estados Unidos) foram capazes de segurar a equipe.
A saga do Cosmos é contada de maneira detalhada no documentário O Mundo a Seus Pés: A Extraordinária História do New York Cosmos (Once in a Lifetime: The Extraordinary Story of the New York Cosmos, em inglês) , que não apenas mostra a trajetória do time como também a contextualiza em uma Nova York, em 1977, em fase de muitas mudanças. Nesse cenário, o futebol surgia como uma excitante novidade. Além de mostrar a ascensão do time nova-iorquino, o filme de 2006 também relata como a recém-chegada febre do futebol transformou os craques do Cosmos em estrelas de Hollywood.
Veja trailer do filme sobre o New York Cosmos:
O New York Cosmos foi responsável por colocar de vez o nome dos Estados Unidos no mapa do futebol. Até hoje, as maiores marcas de público registradas no país pertencem ao Cosmos. O clube ainda vive, mesmo que não profissionalmente, e tem até site oficial. Existem escolinhas de futebol em Nova York e produtos relacionados aos tempos dourados ainda são vendidos aos montes, um sinal de que a torcida sente saudade.
E pode ter esperança numa volta! Paul Kemsley, ex-diretor da equipe inglesa Tottenham Hotspur, adquiriu recentemente o clube e os direitos de uso da franquia. O que se fala nos bastidores, para a alegria do futebol e de todos os seus amantes, é que uma aguardada volta do Cosmos é possível. Vamos aguardar e torcer.
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