Olimpíada, Honduras… Urubuzada perde o rumo. Cadê a oposição?

O Lula vai quebrar a cara em Honduras! Vai correr sangue nas ruas de Tegucigalpa e ele será o culpado! O Lula vai tomar uma surra do Obama em Copenhague! Vai dar Chicago! Agora a popularidade do Lula vai despencar!

Pois é, amigos, foi uma atrás da outra. A urubuzada (nada a ver com a grande torcida do Flamengo, por favor!) jogou contra e perdeu todas, perdeu o rumo. Vocês já repararam? A oposição simplesmente sumiu de cena.

Em 2009, a turma do contra, representada por aqueles célebres 6% que reprovam o governo Lula, começou jogando tudo na crise econômica mundial, que quebraria o Brasil. O Brasil não só não quebrou como saiu da crise mais forte do que entrou.

Já nem me lembro de todas as crises do fim do mundo anunciadas durante o ano, mas tivemos depois a dengue, a crise do Senado, a gripe suína, a história da Lina, a CPI da Petrobrás, o diabo a quatro. E nada do Lula cair nas pesquisas.

A palavra crise não saía das manchetes, e nada. Quando a crise não era aqui, era em Honduras – por culpa da política externa do governo brasileiro, claro. Agora que as coisas estão se acalmando por lá e tudo indica uma saída negociada com os golpistas devolvendo a Presidência a Manuel Zelaya, a urubuzada já está recolhendo os flaps.

Com a vitória do Rio para sediar a Olimpíada 2016 transmitida ao vivo de Copenhague, não teve jeito de esconder o importante papel do presidente Lula nesta conquista. Os 6% de inconformados e seus bravos representantes na imprensa e no parlamento devem ter entrado em profunda depressão. Por isso, sumiram – pelo menos, por algum tempo.

Restam apenas alguns blogueiros histéricos e seus comentaristas amestrados blasfemando na janela, vendo as ruas em festa, os bares lotados em dia de semana, a indústria, a bolsa, o emprego e a renda crescendo novamente, a autoestima do brasileiro lá em cima, a vida seguindo alegre seu rumo.

Claro que sempre será possível fazer escândalo com qualquer coisa, como esta crise do Enem, uma história até agora muito mal contada, que vai atrasar a data dos vestibulares. E daí? Fora os candidatos e professores que irão perder alguns dias de férias, qual o drama para o restante dos brasileiros?

Em tempo

Depois de publicar o texto acima, fui dar uma olhada nas novidades do Observatório da Imprensa e encontrei um belíssimo texto assinado por Washington Araújo, sob o título “Indiferença em vez de otimismo”, cuja leitura recomendo vivamente.

Araújo trata do mesmo tema do meu post, mostrando as muitas vitórias do Brasil nestes últimos tempos, mas com muito mais qualidade, profundidade e argumentos. Um trecho do seu texto resume bem o espírito da urubuzada que perdeu:

“Repassando as manchetes dos sete jornais principais brasileiros de sexta-feira (2/10), observamos com certo desalento que seis se ocupam do vazamento de provas do Enem e apenas um, o de menor circulação – e carioca ainda por cima -, resolve dar um refresco e dá um voto de confiança ao evento de maior potencial midiático possível de ocorrer em nosso país”.

Para ler:
www.observatoriodaimprensa.com.br

Grande Realinho

No meio de tanta notícia boa, a melhor de todas quem me deu foi a Amelinha, bela e brava mulher do Realinho, o grande repórter Elpídio Reali Júnior, que se recupera no Hospital Oswaldo Cruz de uma delicada cirurgia para transplante do fígado, e está cada dia melhor. Em breve, se Deus quiser, para alegria dos seus milhões de ouvintes e amigos, Realinho estará de volta aos microfones da rádio Jovem Pan, diretamente de Paris, às margens do rio Sena.

Poemas do Povo da Noite

Trinta anos após a primeira edição brasileira, a Fundação Editora Perseu Abramo, em coedição com a Publisher Brasil, está relançando o livro “Poemas do povo da noite”, os versos da resistência de Pedro Tierra, nome artístico do meu velho amigo Hamilton Pereira da Silva, um ex-preso político que fez dos tempos de cadeia bela e pungente poesia.

Mais informações nos sites da editora (www.efpa.com.br) ou da Fundação Perseu Abramo (www.fpabramo.org.br).


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