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Em busca de uma Grécia
A 20ª Mostra dedicou uma retrospectiva completa com todos os filmes do diretor Theo Angelopoulos, cineasta grego mais conhecido da atualidade. A Mostra de 2009 faz novamente uma homenagem ao diretor dos longos planos sequências e das imagens do tempo perdido, seja ele histórico, pessoal ou existencial. Hoje será exibido a primeira parte da trilogia, que o diretor vem dedicando à discussão das raízes da Grécia do século XX, O Vale dos Lamentos. Partindo de um episódio histórico, o avanço do Exército Vermelho em Odessa, em 1919, conta a história da pequena órfã Eleni e do seu convívio no lar da família de Spyros, entre amores, renúncias e perdas. Depois de assistir a esse filme, você pode conferir a segunda parte da trilogia, A Poeira do Tempo, que ele realizou em 2008. Em uma frase dita em entrevista, o diretor consegue sintetizar o seu ofício de cineasta: “Um filme é uma aventura humana significativa. O significado emerge quando uma aventura exterior consegue se transformar em uma aventura interior.”
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“Ratos e urubus larguem a minha fantasia”
O título acima é de um dos mais ousados sambas-enredo das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e foi o tema do desfile da Beija-Flor em 1989. Com o samba, a Escola conquistou o 2º lugar, o que muitos consideraram uma das maiores injustiças do carnaval, já que o título era esperado. E quem foi o carnavalesco por trás dessa ousada criatividade? Joãosinho Trinta, o mais erudito dos carnavalescos do País. Essa e outras histórias estão no documentário A Raça Síntese de Joãosinho Trinta, de Paulo Machline e Giuliano Cedroni, que será exibido hoje dentro da Mostra. Por meio de entrevistas com o próprio Joãosinho e com outras personalidades, o documentário traça um pequeno painel da vida desse homem maranhense, que disse, certa vez, que quem gostava de pobreza era intelectual. Sendo Joãosinho um personagem genial e controverso, o documentário poderia ousar mais, mas…
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O Cheiro do Ralo 2?
Ao que tudo indica, o diretor Paulo Machline conseguiu extrair com o seu filme Natimorto, baseado na obra homônima do escritor Lourenço Mutarelli, algo diferente do que havia conseguido o diretor Heitor Dhalia, quando realizou O Cheiro do Ralo, com base em outra obra do escritor. E essa era a preocupação maior de Machline, não fazer um “Cheiro do Ralo 2”. O filme foi exibido no Festival do Rio, com enorme repercussão positiva de público e de crítica (quase todo mundo esperava saísse com o prêmio de melhor filme brasileiro do festival, o que não aconteceu). O longa é uma incursão pelo universo perturbador e insólito de Mutarelli que, pasmem, atua como protagonista, mas se sai muito bem.
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O filme e sua equipe
Uma das principais atrações de assistir aos filmes brasileiros exibidos na Mostra, é poder não só ver em primeira mão, como também ter a oportunidade de conhecer a equipe do filme (diretor, técnicos e elenco). Ontem, foi bonito poder ver a emoção estampada no rosto e na voz da diretora Suzana Amaral, quando apresentou a sessão em que foi exibido o seu Hotel Atlântico. Além dela, estavam lá quase todos os técnicos e elenco, visivelmente emocionados.
Mamonas em cartaz
Na sexta-feira (23) e nesta segunda-feira (26), o documentário sobre a banda Mamonas Assassinas foi exibido na Mostra. Mamonas Para Sempre, de Claudio Kahns, conta a trajetória meteórica do irreverente grupo, que fez estrondoso e curto sucesso no Brasil. A última sessão na Mostra será no sábado, dia 3, às 15h20, no Cinesec. Leia aqui a matéria sobre o documentário, da edição de março da Brasileiros.
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Carlos Vereza (ator)
Brasileiros – Você recentemente esteve no filme Bezerra de Menezes: Diário de um espírito, que foi um fenômeno. Com pouquíssimas cópias, conseguiu levar mais de 700 mil pagantes para o cinema. Você esperava esse enorme sucesso?
Carlos Vereza – Eu sempre tive confiança na história, a despeito da precária produção financeira. Eu sempre tive muita confiança, porque entre nós [a equipe do filme] havia uma energia muito grande e positiva. Muita dessa energia vinha do próprio Bezerra de Menezes que, segundo várias pessoas, apareceu várias vezes durante as filmagens. Muita gente vinha me dizer que o Dr. Bezerra de Menezes ficava do meu lado em algumas cenas. Então, essa energia foi durante todo o filme. O mercado ficou perplexo.
Brasileiros – Ao que tudo indica, o sucesso estrondoso do seu filme contagiou outros produtores e cineastas. Saiu uma matéria dizendo que vai ser dirigido outro filme espírita, E a vida continua…
Carlos Vereza – Não tenho nenhuma sombra de dúvida. O nosso filme modesto de orçamento foi um tremendo sucesso nos cinemas e também em vendas de DVDs. Se eu não me engano foram vendidas mais de 500 mil cópias só em DVD, sem contar os piratas (risos). Nosso filme abriu o interesse dos produtores por esse tipo de história.
Brasileiros – Fale um pouco do seu personagem no filme Um Homem Qualquer
Carlos Vereza – Ele é um psicanalista, que lá pelas tantas descobre que está entupindo metade das pessoas da cidade de São Paulo de antidepressivos e remédios para dormir, achando que aquilo fazia bem para as pessoas, fazia maravilhas. Então, um belo dia ele abandona tudo e vai morar na rua, uma bela atitude.
Brasileiros – O que lhe motiva compor um personagem?
Carlos Vereza – Acho que é a carência afetiva. O que eu espero é ser amado (risos).
Trailer de O Vale dos Lamentos:
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