Pobre Palmeiras, ladeira abaixo, sem culpa do juiz

Nada como um dia após o outro, com uma noite no meio. Ladeira abaixo, o Palmeiras colocou toda a culpa da sua derrota de domingo contra o Fluminense, por 1 a 0, no juiz Carlos Eugenio Simon, que anulou um gol legítimo de Obina logo no começo do jogo. Massacrou o pobre do juiz, ameaçou processá-lo, só faltou pedir à torcida seu linchamento em praça pública. Vão pedir desculpas agora?

Pois apenas três dias e três noites depois, por muito pouco o Palmeiras não foi derrotado pelo lanterna Sport em pleno Parque Antártica, graças ao juiz goiano Elmo Alves Resende Costa, que anulou e depois confirmou um gol de Danilo, já no final da partida, quando o time perdia por 2 a 1 e era vaiado pela torcida.

Que me perdoe o amigo Muricy, mas o Palmeiras desta reta final está lembrando muito o São Paulo mambembe do início do Campeonato Brasileiro, quando o time estava jogando pedrinhas e caindo na tabela, já à beira da zona de rebaixamento, quando Muricy foi demitido.

Sorte nossa que o Muricy foi para o Palmeiras, que era o líder do campeonato. Agora que chegou a hora da onça beber água, o São Paulo chegou pela primeira vez à liderança, mesmo sem jogar o fino da bola, mas mostrando um time aguerrido e coeso, montado por Ricardo Gomes, com o mesmo elenco que herdou de Muricy.

A verdade é que o Palmeiras perdeu o rumo na hora decisiva, depois de liderar o campeonato por 17 rodadas. No primeiro tempo do jogo desta quarta-feira à noite, os dois times pareciam de camisas trocadas. Bem postado em campo, trocando passes rápidos, fulminante nos contra-ataques, era o lanterna Sport quem dava um passeio em campo e parecia disputar o título, enquanto o líder Palmeiras parecia lutar bravamente para não cair.

Até estava evitando falar de futebol aqui no Balaio para não tripudiar sobre Muricy e meus amigos e parentes palmeirenses. Mas agora não tem jeito de não reconhecer que eu estava errado ao jogar a toalha já na metade do primeiro turno, desdenhar de Ricardo Gomes e escrever que este ano o São Paulo não seria tetra consecutivo (ou hepta, como queiram). Quem, pelo jeito, não vai mais conquistar este título inédito é Muricy Ramalho, tricampeão pelo São Paulo.

O São Paulo voltou a ser o grande favorito para ganhar mais um título brasileiro, como já previu na segunda-feira o amigo Milton Neves, no iG. A principal ameaça no nosso caminho para que isso aconteça é, a meu ver, o Flamengo de Andrade e Petkovic, um time que embalou na reta final, ao contrário do que está acontecendo com o Palmeiras.

Nada está decidindo ainda. Mas, daqui para a frente, o Palmeiras vai ter que rebolar e suar mais a camisa para ficar ao menos no G-4, de onde poderá sair já neste final de semana. Sábado, o São Paulo pega o Vitória no Morumbi e, com o mesmo número de jogos (tem um a menos hoje) , poderá abrir três pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Quando isso acontece, o São Paulo não costuma mais largar o osso.

Na Casa do Saber

Estarei nesta noite de quinta-feira, a partir das 20 horas, na Casa do Saber, participando do ciclo denominado “Grandes Jornalistas” (agradeço a parte que me toca, mas acho um exagero).

O encontro faz parte de um curso que já apresentou Otavio Frias Filho e Joyce Pascovitch. Ainda estão programados Alberto Dines (19/11) e Juca Kfouri (24/11).

Na apresentação do encontro, a Casa do Saber explica a iniciativa:

“Neste curso, alguns dos maiores expoentes do jornalismo brasileiro dão depoimentos sobre suas trajetórias pessoais e profissionais. Os jornalistas convidados se tornaram referências para a história da atividade e continuam exercendo influência em suas áreas de atuação até hoje, para além dos limites de um ou outro veículo. Entrevistados por Mario Vitor Santos, jornalista e diretor da Casa do Saber, serão questionados sobre hábitos, formas de trabalho, grandes reportagens, furos e sobre projetos jornalísticos que realizaram e realizam ainda. Os depoimentos do curso formarão um painel de aspectos da comunicação jornalística atual. Tratarão também dos impasses e desafios impostos ao jornalismo pelas mudanças sócio-econômicas, o advento da comunicação virtual e o polêmico fim da exigência do diploma para exercer a profissão”.

Endereço da Casa do Saber: rua Mario Ferraz, 414, no Itaim, em São Paulo.


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