Luiz Gonzaga Belluzzo e Ivald Granato

– Um balanço de 2009. O site da Brasileiros ouviu personalidades do País para avaliarem o melhor e o pior do ano. Quais os fatos positivos e negativos nas mais diversas áreas, como esporte, política, economia, cultura, artes, entre outras. Confira o que falaram esses ilustres brasileiros.

Belluzzo: “O melhor fato de 2009 foi a recuperação rápida da economia brasileira”

“O melhor fato do ano foi a recuperação rápida da economia brasileira depois do choque do ano passado; o pior foi… tem vários piores, como o episódio do dinheiro na meia, dinheiro em várias partes do corpo, esse é imbatível.”

“Eu li vários livros neste ano, o mais interessante é de uma antropóloga chamada Karen Hogo, O estudo Etnográfico de Wall Street. É sensacional, uma análise antropológica dos investiment bankers, os sabichões do pedaço que levaram o mundo a essa situação e a arrogância. É o melhor livro, o mais expressivo do ano.”

“O melhor de 2009 para mim foi ter passado a compreender melhor como funciona o futebol realmente, entender por dentro mesmo. Foi uma experiência crucial, porque é muito radical, uma experiência com a dimensão da vida humana que não tem paralelo do ponto de vista emocional. Minha exposição em 2009 foi excessiva por causa do peso do futebol no cotidiano das pessoas. É meio chato. Porque em todo lugar que você vai, as pessoas te reconhecem, eu não tinha a percepção disso.”

“A imprensa esportiva está adquirindo uma forma que não é muito boa para o esporte. Parece uma coisa de diz-que-diz-que, fofoca, boato e tudo muito exacerbado em relação à importância dos fatos. É o negócio da sociedade de massas, é do homem. Agora, tem também a coisa da internet, o negócio do anonimato, uma situação anômala. A internet podia ser o reino da liberdade, as pessoas podiam expor a opinião com a sua identidade. Usar pseudônimo é uma covardia, o sujeito não põe a cara pra bater, põe um pseudônimo, o sujeito faz uma tocaia moral. Isso é uma coisa grave, não só desse ano, do sistema de comunicação moderno. Tem gente que não escreve na internet por causa disso. O Mino Carta, por exemplo. É a mesma coisa que atirar pelas costas, o que nos velhos filmes de faroeste era considerado lesão moral, o mocinho nunca atirava pelas costas.”

“Eu tô tranquilo porque nunca atirei pelas costas, tudo o que eu fiz foi dito pela frente, com a minha identidade, sem fugir do pau. Aprendi três coisas com meu avô: não ser dedo-duro, não falar pelas costas, não ser maledicente com os amigos nem com os inimigos, falar o que você tem de falar pela frente. É a conclusão que eu tirei com essa experiência toda.”

Luiz Gonzaga Belluzzo é advogado, jornalista e economista. Atualmente é presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras


Ivald Granato: “O pior fato do ano foi a queda da Bolsa. As galerias não falam mais em arte, falam em mercado”.

“2009 foi um ano que passou bem rápido. E teve altos e baixos. O pior fato do ano foi a queda da Bolsa, que deixou todo mundo meio estressado, foi um momento muito chato porque o pessoal começou a falar muito em dinheiro, a cultura ficou em segundo plano, as galerias não falam mais em arte, falam em mercado. As pessoas ficaram um pouco mais pra baixo. As pessoas perderam um pouco a linguagem amorosa, a afetividade, nós ficamos mais desumanos um pouco.”

“A bolha deu uma bela cacetada. Todo mundo estava gastando uma fortuna e hoje, no fundo do gargalo, a coisa não está como se pensa. Houve uma caída no mercado. O processo de arte, de dinheiro, de movimentação. Foi um ano muito esquisito.”

“O melhor do ano foi uma mudança política boa, o Obama entrando no poder. A tensão ficou um pouco mais baixa porque o outro era muito briguento.”

“Para mim, foi um ano perfeito, eu fiz um belo livro de 380 páginas, o mercado para mim está normal, porque o preço sempre esteve dentro dos padrões normais.”

“O melhor movimento do ano foi as mulheres ficarem mais bonitas e os homens mais feios.”

Ivald Granato é artista plástico brasileiro premiado internacionalmente


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