Baptistão, Fernanda Young e Maria Victoria Benevides

– Um balanço de 2009. O site da Brasileiros ouviu personalidades do País para avaliarem o melhor e o pior do ano. Quais os fatos positivos e negativos nas mais diversas áreas, como esporte, política, economia, cultura, artes, entre outras. Confira o que falaram esses ilustres brasileiros.

Baptistão: “O destaque negativo é a maneira lamentável como o meu Palmeiras perdeu o título brasileiro”

“De melhor na política e economia, a forma como o Brasil atravessou a crise mundial e saiu dela. E não é que no final foi uma marolinha mesmo?”.

“De pior, o caso Arruda, enésimo escândalo vindo de Brasília. O brasileiro já está tão acostumado que nem liga mais, o que é péssimo.”

“No esporte, o melhor aconteceu nos últimos dias do ano: o recorde mundial de César Cielo. Também destaco o emocionante Campeonato Brasileiro, talvez o mais equilibrado da história”.

“O meu destaque negativo é muito pessoal: a maneira lamentável como o meu Palmeiras perdeu o título brasileiro”.

“Na cultura, não dá pra destacar nada, porque trabalhei muito e curti os filhos no pouco tempo que sobrou”.

“Acho que, no geral, o saldo foi positivo, principalmente pela estabilidade econômica, mas ainda há muito o que melhorar. Não adianta economia estável se saúde, educação e segurança continuam a ser nossos eternos problemas”.

Eduardo Baptistão é cartunista e tem trabalhos publicados em vários jornais do Brasil, como O Estado de S. Paulo

Fernanda Young: “Se eu tiver que quebrar tudo um dia, a trilha sonora vai ser Beyoncé”

“O melhor foi o show do Erasmo Carlos, do disco novo Rock and Roll. O show é inacreditável.”

“Eu comprei num momento eufórico um disco da Beyoncé, em Lãs Vegas, que se eu tiver que quebrar tudo um dia vai ser a minha trilha sonora. Essa mulher berra muito, ela chata demais. Eu comprei numa euforia, escutei, mas fui enlouquecendo do começo ao fim. Definitivamente, chato”.

“Filme vou falar do meu, por que não? (risos) Os Normais 2! E eu achei O curioso caso de Benjamin Buttin chato.”

“Livro? O meu! (risos) É por isso que as pessoas me odeiam, mas por que eu vou falar outro? Minha honestidade é incômoda, mas vou falar qual? Meu livro, O Pau, que eu lancei agora em novembro, pela Rocco.”

“Eu não costumo parar livro no meio, mesmo quando eles são chatos. Mas, eu tô lendo um livro agora que está me causando um pouco de agonia, por motivos vários, de ciúmes, inclusive. É a biografia do John Lennon, escrita pela Cynthia Lennon, a primeira mulher dele. Eu fico o tempo inteiro com todos os sentimentos primitivos femininos vindo à tona.”

“Peça de teatro? A minha! (risos). É a melhor peça A Sombra de Vossas Asas, adaptação minha com direção de Alexandre Reinecke. A pior não posso falar, porque vou pouco ao teatro”.

Fernanda Young é escritora, roteirista, atriz e apresentadora do programa Irritando Fernanda Young, no GNT

Maria Victoria Benevides: “O melhor na economia foi o enfrentamento bem sucedido da crise no Brasil”

“No Brasil, foi o conjunto de iniciativas, legislação e campanhas da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, culminando, no final do ano, com a Comissão da Verdade”.

“No mundo, o aumento da presença dos países do Sul no debate internacional, mesmo não tendo sucesso a Conferência do clima. A eleição de Barack Obama enfrentando o racismo”.

“O pior, no mundo, foi Barack Obama receber o Nobel da Paz ao mesmo tempo em que aumenta a presença bélica dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Em setembro, o massacre de opositores na Guiné-Conacri, por tropas da junta militar, seguido pela indiferença quase total, da ‘grande midia’ e dos governos, apesar de ter sido declarado ‘crime contra a humanidade’ pela ONU”.

“No Brasil, o pior foi a permanência dos ‘coronéis’ como José Sarney e a bandidagem impune do governador Arruda et caterva..A falta de políticas públicas eficazes para o enfrentamento de catástrofes anunciadas, que penalizam os mais pobres, como as enchentes no Sudeste”.

“Na ciência, o melhor foi o avanço nas pesquisas com células tronco. O pior, as dificuldades de operação do super acelerador europeu”.

“Na economia, o pior foi a crise que explodiu dos EUA para o mundo. Mas o melhor foi o enfrentamento bem sucedido da crise no Brasil, com a retomada do crescimento”.

“Nos esportes, o êxito do nadador César Cielo e da jogadora Marta. O pior, no mundo, foi a vitória fraudulenta da França sobre a Irlanda, assegurando lugar na Copa do Mundo. No Brasil, a violência das torcidas no final do jogo em Curitiba”.

“Cinema. O melhor no Brasil: Salve Geral e Lóki. O melhor, no mundo: Entre os muros da Escola“.

“No teatro, o melhor foi a peça As Centenárias, com Marieta Severo e Andréa Beltrão”.

“Na literatura, as publicações em torno do centenário de Euclides da Cunha, com destaque para a obra de Walnice Nogueira Galvão. No mundo, Estrela Distante, de Roberto Bolãno, e Libertação, de Sandor Marai”.

“Na TV, o melhor foi a série Som e Fúria, de Fernando Meireles”.

Maria Victoria Benevides é socióloga, cientista política e professora


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