A estrutura montada para a realização do Brasil Open é digna de um torneio de grande porte, sem deixar de lado o toque baiano no agradável ambiente montado na Costa do Sauipe. A única coisa que deixou a desejar nessa terça-feira foram os tenistas brasileiros, que no geral não tiveram um bom dia no torneio. A exceção foi o nosso melhor tenista, Thomaz Bellucci, 28º do mundo.
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A primeira derrota veio com o experiente Marcos Daniel, que foi surpreendido pelo desconhecido tenista português Rui Machado. No primeiro set, o português mostrou calma e frieza, dominou o brasileiro e fechou o set em tranquilos 6-3. A segunda parcial parecia caminhar da mesma maneira, porém, quando perdia por 5-3 e com um duplo match point para o português, Daniel acordou. Salvou os dois match points e fechou o game. Na disputa seguinte, teve que salvar mais dois match points para empatar a partida. Nesse momento, a torcida, que durante o jogo mostrava sinais de desânimo, acordou e vibrou muito em cada ponto. A partida caminhou para o tie break. Mas, apesar da superação nos games anteriores, Marcos Daniel não resistiu e perdeu a partida por 2 a 0, parciais de 6-3 e 7-6 (7-3).
Rogério Dutra Silva foi outro brasileiro que não se deu bem nas quadras do Sauipe e despediu-se já nesta terça do Brasil Open, em partida de quase 3 horas de duração. Seu algoz foi o ex-campeão olímpico Nicolas Massú. A disputa foi muito equilibrada desde o começo. Massú aproveitou de sua experiência e soube decidir nos momentos certos para levar o primeiro set em 6-4. Como é de costume, Rogério Dutra Silva não se entregou e, apoiado pela torcida brasileira, venceu o 2º set por 6-3 e igualou a partida. Um pouco afoito, Dutra Silva caiu um pouco de rendimento e Massú se aproveitou da situação para fechar o terceiro set e a partida, com parciais de 6-4, 3-6 e 6-4.
Ricardo Hocevar era o encarregado de defender a honra brasileira e contra um rival argentino, Carlos Berlocq. Em jogo muito disputado, os dois tenistas não queriam dar um ponto de graça. No final, melhor para o argentino, que fechou em dois sets (7-5 e 6-3). O espetáculo ficou por conta da torcida que, por alguns instantes, mais parecia de futebol, com cantos e muita vibração, tudo sem apelar para a violência. Uma festa à parte muito saudável para celebrar a eterna rivalidade entre brasileiros e argentinos.
Outra partida importante envolveu o espanhol, ex-líder do ranking e cabeça de chave número 1 do torneio, Juan Carlos Ferrero e o argentino Eduardo Schwank. Ferrero não mostrou o tênis brilhante que fez dele o melhor do mundo em 2003, mas foi o bastante para derrotar Schwank por 2 sets a 0, com parciais de 7-6(7-4) e 6-3.
Mas, o que todos esperavam nesta terça, com certeza, era a partida do 28º melhor jogador do mundo, Thomaz Bellucci, contra o também brasileiro Thiago Alves. Dessa vez, não tinha erro, um brasileiro venceria ao menos um jogo e passaria para a próxima fase. O jogo já começou com um triplo break point a favor de Bellucci, mas Alves buscou e fechou o sofrido game. Pouco depois, Thiago Alves, que não está nem entre os 100 melhores tenistas do mundo, quebrou o saque de Bellucci. Mas, o paulista não se abalou, forçou o jogo e devolveu a quebra em seguida. Depois disso, o melhor brasileiro do mundo impôs seu jogo e fechou o set em 6-2.
A segunda parcial começou da mesma maneira que terminou o primeiro set e Thiago Alves começou a dar sinais de nervosismo. Em mais de uma ocasião, o tenista berrou, arremessou a raquete e até isolou propositalmente a bolinha da quadra. Se a torcida já estava pendendo mais para o lado de Bellucci, isso só aumentou. Alves se concentrou e conseguiu equilibrar a partida, mas mesmo assim foi muito inferior a Bellucci, que fechou o segundo set e a partida em dois sets (6-2 e 7-5). Foi o primeiro brasileiro a passar para a próxima fase no dia. Ao fim do jogo Bellucci, conversou com os repórteres e revelou que pretende evoluir ainda mais nos próximos jogos. “Cheguei de Santiago e treinei pouco. Não tive tempo de pegar a velocidade da quadra antes. Mas o importante foi a vitória”, comemorou Bellucci, que venceu o segundo título de ATP na carreira no domingo, em Santiago, no Chile.
A última partida do dia foi praticamente uma sessão corujão. Já se aproximava da meia-noite quando o brasileiro João Souza, o Feijão, e o romêno Victor Hanescu entraram a quadra. O primeiro set foi equilibradíssimo e qualquer um dos tenistas poderia ter levado. No final, o romeno foi mais eficiente na hora decisiva e fechou em 7-6 (7-5). No segundo set, o equilíbrio se repetiu, mas, mais uma vez, Feijão não soube se impor no momento certo e, no detalhe, perdeu o set por 6-4 e, consequentemente, o jogo. Hanescu encara o outro brasileiro que restou no Brasil Open, Ricardo Mello, que bateu na segunda-feira o italiano Paolo Lorenzi, por 2 sets a 0, com parciais de 6-2 e 7-5.
Em outros resultados do dia, o português Frederico Gil venceu o espanhol Pablo Andujar por 2 a 0, com parciais de 7-6(9-7) e 6-2. O russo Igor Andreev venceu facilmente Potito Starace, da Itália, por um duplo 6-2. Outro italiano que também não mostrou muita resistência foi Filippo Volandri, derrotado pelo uruguaio Pablo Cuevas por 2 sets a 0, com parciais de 6-4 e 6-3. O único italiano vivo no torneio é Fabio Fognini, que venceu o argentino Martin Vassalo Arguello com direito a pneu, 6-4 e 6-0. O também argentino Horacio Zeballos foi eliminado ao desistir da partida quando perdia por 7-5 e 3-0. Dessa maneira, Marcel Granollers avançou para a próxima fase.
Segunda fase
Juan Carlos Ferrero (ESP) x Nicolas Massú (CHI)
Juan Ignacio Chela (ARG) x Carlos Berlocq (ARG)
Thomaz Bellucci (BRA) x Daniel Gimeno Traver (ESP)
Ricardo Mello (BRA) x Victor Hanescu (ROM)
Pablo Cuevas (URU) x Gil Frederico (POR)
Rui Machado (POR) x Igor Andreev (RUS)
Marcel Granolers (ESP) x Fabio Fognini (ITA)
Lukasz Kubot (POL) x Albert Montanes (ESP)
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