Com os candidatos e seus times já em campo, foi dada esta semana a largada para a eleição presidencial de 2010. Serra, Dilma e Marina afinam suas estratégias e preparam os próximos passos. Agora, só falta saber o que Ciro Gomes vai fazer da vida e esperar as próximas pesquisas para saber o rumo do vento.
Depois de um longo suspense, o governador José Serra assumiu finalmente sua candidatura, mas logo após fazer o anúncio, na semana passada, recolheu-se outra vez para preparar o discurso que fará no próximo sábado, em Brasília, com a participação de Fernando Henrique Cardoso, na grande festa de lançamento com os partidos aliados (DEM e PPS).
No mesmo dia, o PT decidiu também fazer uma festa para Dilma Roussef, que já está há mais de um ano na estrada ao lado de Lula, no histórico reduto do ABC.
Livre e solta, sem aliados e com pouco tempo de televisão, a verde Marina Silva, que já escolheu Dilma como seu alvo preferencial, vai fazer um giro pelo nordeste para combater um dos principais projetos do governo Lula, a transposição do rio São Francisco.
Sábado, dia 10, a campanha começa então para valer, embora pelo calendário eleitoral do TSE as candidaturas só possam ser oficializadas pelos partidos em julho. Até lá, os pré-candidatos estarão limitados às suas pré-campanhas, sem ninguém saber direito o que pode ou não fazer de acordo com a nossa confusa legislação. A batalha no tapetão dos tribunais também promete ser acirrada.
Por enquanto, quem dá o tom da campanha, além das pesquisas, é a grande imprensa, que já escolheu seu lado e nem faz muita questão de disfarçar, como deixou claro a presidenta da Associação Nacional dos Jornais, Judith Brito, que chamou para a mídia a responsabilidade de fazer oposição ao governo.
Nem Lula X FHC, como querem os petistas, ao jogar suas fichas num plebiscito sobre os dois governos, nem Serra X Dilma, como quer o candidato tucano, que prefere um confronto de biografias. O embate principal nesta primeira fase da campanha está se dando no jogo pesado Mídia X Governo.
Este clima de beligerância, que chega a lembrar o segundo turno entre Collor e Lula, em 1989, pode em breve sofrer a interferência de um novo elemento, que pela primeira vez terá importante papel numa eleição presidencial em nosso país: a internet.
Não por acaso, é neste campo das redes sociais que as três campanhas já nas ruas estão investindo em primeiro lugar. “Partidos já armam bunkers para campanha presidencial”, mancheteia hoje a principal página de política da Folha, em que revela os esquemas dos principais partidos nesta área.
Para quem não se lembra, bunker era o nome dado pelos alemães aos abrigos subterrâneos utilizados durante a Segunda Guerra para os civis se protegerem das bombas durante os combates aéreos. Na minha infância, meus pais falavam muito do que sofreram nestes bunkers. Se a expressão é ou não apropriada, vai depender do uso que se fizer da internet.
Tanto as redes sociais poderão ser utilizadas para mobilizar militantes, divulgar programas de governo e angariar recursos para as campanhas, como para atacar adversários, espalhar dossiês e fazer da campanha eleitoral realmente uma guerra, que já começa a dar seus primeiros sinais em alguns blogs, colunas e nos comentários dos leitores.
A sorte está lançada, como escreveu esta semana o candidato José Serra em seu twitter. Façam suas apostas.
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