Preguinho, Martim, Augusto, Bauer, Bellini, Mauro, Carlos Alberto Torres, Piazza, Leão, Sócrates, Edinho, Ricardo Gomes, Dunga e Cafu. O que esses jogadores têm em comum? Foram eles os quatorze escolhidos para carregar a pesada braçadeira de capitão do Brasil em Copas do Mundo, função que, na Copa de 2010, já tem dono faz tempo. [nggallery id=14350] Após o vexame de 2006, Dunga assumiu a seleção brasileira disposto a mudar a postura dos jogadores e, consequentemente, a cabeça dos torcedores. Para comandar essa transformação, logo na primeira coletiva, no dia 23 de julho de 2006, o técnico brasileiro traçou o perfil de como seria o jogador encarregado de exercer a função, que foi sua em duas Copas do Mundo (1994 e 1998).”Vai depender de quem estiver em campo, para aos poucos assumir esse papel com naturalidade. Isso não é uma coisa imposta. Esse jogador vai aparecer aos poucos. O capitão da equipe será um jogador que tenha postura dentro e fora de campo”, determinava o técnico recém-empossado no cargo mais importante do futebol brasileiro.Na Copa América de 2007, primeira competição importante de Dunga no comando do time brasileiro, o veterano Gilberto Silva carregou a braçadeira, mas Juan foi o capitão na vitória por 3 a 0 na decisão contra a Argentina. Apesar da experiência e da liderança silenciosa do volante, a vaga ainda estava aberta. E havia um candidato forte para assumir o posto.No primeiro jogo das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010, Lúcio ficou com a braçadeira. E não largou mais. Hoje, a pouco menos de dois meses do mundial da África do Sul, o zagueiro é o líder do Brasil em campo e fora dele, depois de ser um verdadeiro xerife nos momentos mais importantes da seleção de Dunga, como a Copa das Confederações em 2009, quando marcou o gol do título, na vitória por 3 a 2 sobre os Estados Unidos.Nascido no Distrito Federal, o jogador foi com 19 anos para o Internacional e encarnou de vez o espírito gaúcho. Três boas temporadas e apenas um título gaúcho depois, no ano 2000 Lúcio foi para a Alemanha, onde defendeu o Bayer Leverkusen e o Bayern de Munique. No futebol alemão, o jogador entrou de vez para a lista dos grandes zagueiros do mundo, ganhou três campeonatos alemães (todos pelo Bayern), foi eleito o melhor jogador do torneio em duas ocasiões e se credenciou como zagueiro titular da seleção brasileira na campanha do pentacampeonato, na qual formou a zaga ao lado de Edmilson e Roque Júnior.Atualmente na Inter de Milão, Lúcio continua se destacando, mesmo jogando em um país conhecido por revelar os melhores zagueiros do mundo. E sem nunca se esconder. Ele é famoso por sempre dar a cara pra bater e berrar mais alto do que qualquer outro jogador dentro de campo. Coincidentemente ou não, postura muito semelhante a que tinha Dunga dentro das quatro linhas.E a responsabilidade não é pequena. Lúcio é apenas o quinto jogador a ser capitão da seleção em uma Copa do Mundo atuando fora do Brasil. Edinho (Udinese) foi o primeiro, em 1986, e Ricardo Gomes (Benfica) veio em seguida, em 1990. Depois disso, Dunga e Cafu carregaram a braçadeira por dois mundiais cada um. Dunga levantou a taça, em 1994, quando atuava pelo Stuttgart (Alemanha), e era atleta do Jubilo Iwata (Japão) quando foi vice-campeão, em 1998. Já Cafu atuava pela Roma (Itália) em 2002 e pelo Milan, também da Itália, em 2006.Dunga, aliás, é considerado um dos capitães mais simbólicos que o Brasil já teve, mas não foi o único a fazer história. Bellini, em 1958, foi o primeiro a literalmente levantar a taça do mundo. Foi ele o primeiro a erguer o troféu do torneio sobre a cabeça, gesto que depois foi copiado por todos os campeões em todos os torneios. Mauro foi quem o imitou na Copa seguinte, em 1962. Quando o Brasil foi campeão em 1970, Carlos Alberto Torres era nosso capitão, função que exerceu com tanta naturalidade e eficiência que até lhe rendeu o apelido de Capita.Será Lúcio o próximo a repetir o gesto inventado por Bellini no ano de 1958?
MAIS:
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– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
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