A chance da redenção

Dia 13 de junho de 2006, Berlim, Alemanha. Em meio a muita festa, pouco trabalho e clima de já ganhou, a melhor seleção do mundo na época, começava, contra a Croácia, sua pífia campanha, que culminaria com a eliminação nas quartas de final, perante a França. Para muitos, o começo do fim. [nggallery id=14349] Há exatos vinte anos, uma história que começou melancólica e triste para o Brasil, acabou rendendo ótimos frutos para a seleção, quatro anos depois. Após a péssima campanha da seleção em 1990, quando o Brasil foi eliminado nas oitavas de final pela Argentina, um time renasceu. Daquela seleção, muitos bons e alguns promissores atletas acabaram sendo esquecidos pela amarelinha, como Valdo, Bismarck, Renato Gaúcho e Silas.Mas nem todos tiveram esse fim. Carlos Alberto Parreira resolveu confiar em algumas peças para a Copa do Mundo seguinte, em 1994. Ao todo, foram dez jogadores que partiram para os Estados Unidos em busca do tetracampeonato: Taffarel, Jorginho, Branco, Romário, Aldair, Bebeto, Mazinho, Ricardo Rocha, Muller e Dunga.O final, todos já sabem. O questionado Taffarel foi elevado a herói nacional, Branco salvou o Brasil no jogo mais difícil da seleção (contra a Holanda, nas quartas de final), Romário entrou de vez para a história como um dos melhores de todos os tempos, ajudado por seu fiel escudeiro Bebeto, e Dunga, até então símbolo de uma geração fracassada, passou a significar superação, raça e conquista.Fora dos campos, o vitorioso Dunga assumiu a seleção brasileira em 2006, logo após a Copa da Alemanha e, de cara, teve coragem para barrar estrelas do futebol mundial, do porte de Roberto Carlos, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, que chegou a receber algumas chances do atual técnico antes de ser descartado, depois da Olimpíada de Pequim, em 2008.”Quero transmitir a todos os jogadores o quanto é importante estar, defender e atuar pelo Brasil”. Foi o primeiro recado de Dunga, com alvo certeiro aos descomprometidos jogadores na Copa de 2006. Mas, talvez se lembrando da chance que um dia recebeu, Dunga resolveu acreditar em alguns jogadores do elenco da última Copa, esperando o mesmo empenho que ele teve na busca por uma volta por cima.Depois de quase quatro anos de trabalho, há, no mínimo, sete jogadores do time de Carlos Alberto Parreira garantidos no grupo que vai para a África do Sul. Júlio César, que nem entrou em campo na Alemanha, é titular absoluto do gol brasileiro. A dupla de zaga de 2006, que se salvou das pesadas críticas, Juan e Lúcio também estão com passaporte carimbado. Além deles, Luisão, Gilberto Silva, Kaká e Robinho também são nomes certos na lista de Dunga.Com as recentes polêmicas no Flamengo, Adriano, que fez dupla com Ronaldo na Alemanha, tem risco de não ir à Copa, apesar de Dunga garantir que o atacante está no grupo. O lateral-esquerdo Gilberto, que jogou apenas uma partida em 2006, é outro que pode pintar na África do Sul. No total, portanto, nove jogadores que estavam no fracasso da seleção de Parreira podem ter a volta por cima em 2010.Agora é esperar e torcer para que nossos manchados jogadores de 2006 se empenhem como a vitoriosa seleção de 1994 e tenham a redenção na África do Sul. Afinal, brasileiro não desiste nunca!

MAIS:
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