E os Neandertais, hein? Parece que andaram se engraçando com Femea sapiens (as mulheres dos Homo sapiens). É o que constatou um grupo de cientistas da Alemanha. Dizem que os humanos que se desenvolveram fora da África – na Europa e Ásia – têm de 1% a 4% de genes neandertaloides. Até então, não se achava que isso fosse possível, dada a feiúra dos machos Neandertais. Mas sabe como é: chove lá fora, a caverna está escura, a mocinha está com frio e só tem um Neandertal por perto…Quando o dia clareia, ela acorda e pensa: “Putz! Eu não deveria ter bebido aquele suco fermentado de amoras selvagens”. Mas aí é tarde: nove meses depois, nasce um Dunga.
Eu sempre soube que teve caso entre as duas espécies, é só dar uma olhada na cara do técnico da seleção brasileira, ou na do George W. Bush. Mas não acreditava que as fêmeas de nossa espécie estivessem tão a perigo. Fossem os homens, vá lá! A rapaziada traça qualquer coisa. Porém, ao que tudo indica, foi mesmo um macho Neandertal bom de bico quem faturou uma sapiens. É o que revelam os cientistas.
Imagine o encontro: chuva, frio e tigres de sabre rondando o pedaço. A moça está perdida e encontra um sujeito barbudo, braços e pernas grossos, uma testa proeminente onde daria para pousar um helicóptero. O cara é feio, mas tem um mocó alí pertinho e oferece guarida. Ela aceita o convite, pois é melhor estar na companhia de um jaburu, do que na de um felino dentuço. Quando ela entra na caverna, a mulher se encanta com as pinturas rupestres nas paredes. É uma decoração minimalista, parece um hotel butique. E a lareira – na verdade uma fogueira bem feita no meio do salão – crepita com uma luz romântica. Ele oferece um naco de mamute e um copo de vinho de amoras. E joga a lábia:
“Você não é daqui, mudou-se recentemente?”
“É, eu vim da Ásia. A gente estava na África, mas fazia um calor senegalês. Fomos andando, andando e saímos no Mediterrâneo. Eu achei umas conchas-joia por lá. Este colar aqui foi feito com elas. Mas ali já tinha muita gente. Ficavam nos encarando com olhos atravessados. Decidimos atravessar as águas nuns troncos. E dá-lhe caminhar mais. No meio das florestas daqui eu me perdi. Como você sabe que não sou das vizinhanças?”, diz a mocinha.
“Ah! Dá para ver logo. Para começar, você não tem barba como as meninas daqui. E vestindo só esta tanga e o colar, a gente vê que você não está preparada para o frio desgranhento que faz. As mulheres dessa região se cobrem com pele de urso. O que, aliás, melhora muito suas aparências. Olha, toma mais vinho e vem aqui comigo, debaixo do cobertor de mamute. É mais quentinho”, sugere o espertalhão. De bobo ele só tem a cara.
Ela já está alta com o vinho, dando risada até com trovoada. Uma vez debaixo do cobertor, a tanguinha vai para o espaço e o barba fatura. No dia seguinte, ela acorda, acha a tanga no meio de uma ossada de javali. Diz que vai procurar a família.
“Olha, está na minha hora. Vou ver se acho meu pessoal. Você me procura? Manda um sinal de fumaça?”, diz ao Barba.
“Tudo bem. Claro que vou te procurar. A gente se vê. Vai numa boa”, responde o Neandertal.
Depois, junto aos amigos, conta que faturou uma sapiens.
“Ela é uma beleza. Depiladinha, com uma tanga super sexy. O ruim é que depois da transa desandou a falar. Queria conversar. Falou mal do último namorado, contou histórias da família, quis saber da minha vida, e ainda palpitou sobre a decoração da caverna. Redecorou tudo. Só espero que ela não tenha me passado alguma doença esquisita. Sabe como são esses estrangeiros…”
Claro que ele nunca mais procurou a moça, que teve de criar o Dunga sozinha. O pai e os irmãos dela foram atrás do sedutor. Como não conseguiam distinguir entre os membros daquela raça, mataram todos. Inclusive as mulheres, que por serem barbadas pareciam machos. E assim foi extinta a espécie dos Neandertais. Esta lá nos compêndios científicos. Não sou eu quem diz.
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