Na Copa do Mundo pela terceira vez em sua história, tudo indica que a Argélia não conseguirá repetir o desempenho de sua primeira participação, em 1982, quando derrotou a poderosa Alemanha e o Chile na primeira fase, quase foi mais longe na competição e terminou num honroso 13º lugar, entre 24 seleções. A Argélia chega à África do Sul já com o sentimento de vitória, pois passar pelas eliminatórias africanas já valeu como um título para os argelinos. [nggallery id=14309] Após muito torcer por Zinedine Zidane (que tem pais argelinos) nas últimas Copas do Mundo, a Argélia resolveu que havia chegado a hora de voltar a participar da grande festa do futebol. Para isso, Rabah Saadane foi chamado para assumir o posto de técnico da equipe. Desde os anos 1980, essa é a quinta vez que Saadane comanda a seleção de seu país. Era ele inclusive quem estava no banco na partida contra o Brasil, válida pela primeira fase da Copa do Mundo de 1986 (vitória apertada da seleção, por 1 a 0).A nova aposta em Saadane deu certo. Na primeira etapa das eliminatórias, a Argélia venceu de maneira apertada o grupo que tinha Gâmbia, Senegal e Libéria. Os argelinos terminaram com apenas um ponto de vantagem sobre Gâmbia e Senegal. O diferencial do time estava muito claro: a torcida. A equipe de Saadane venceu as três partidas que realizou em casa, apoiada por seu torcedor.Na fase final do torneio, a situação ficou ainda mais difícil. Apenas o vencedor do grupo se classificava para a África do Sul-2010. A chave, além da Argélia, contava com Ruanda, Zâmbia e Egito. Além de campeão das últimas três Copas das Nações Africanas, o Egito é o grande rival histórico da Argélia. Nas eliminatórias para a Copa de 1990, após a partida que classificou os egípcios para o mundial, uma briga entre jogadores argelinos e a torcida rival acabou com uma garrafa arremessada em direção ao médico do Egito, que perdeu a visão em um dos olhos.Todos sabiam que a classificação iria terminar nas mãos de uma das duas equipes e que as duas partidas seriam recheadas de tensão. Dito e feito. Na primeira, a Argélia jogou em casa e venceu por 3 a 1. O jogo de volta, no Egito, seria o último das eliminatórias e os donos da casa não poderiam nem pensar em um resultado que não fosse a vitória. Vitória egípcia por 2 a 0.Ao final da disputa no grupo, o improvável aconteceu. Após cada equipe disputar seis partidas, Egito e Argélia terminaram a fase rigorosamente empatados em todos os critérios: número de pontos, vitórias, derrotas e gols contra e a favor. No confronto direto, uma vitória para cada lado. O jeito foi a realização de uma partida desempate em um país neutro.O país escolhido para a batalha foi o Sudão e, em campo, a Argélia deu o troco pela não classificação para Copa de 1990. Venceu o Egito por 1 a 0, resultado comemorado como uma se fosse uma goleada histórica e um título mundial. Muita festa no país pela disputa da terceira Copa na história da Argélia.A expectativa agora é de muito empenho do time para, por que não, surpreender como fez em 1982. Para isso, Saadane conta com o experiente Rafik Saifi, sexto maior artilheiro da história do país, com 18 gols. Outro bom jogador da equipe é o zagueiro Antar Yahia, que após marcar o gol da classificação contra o Egito, ganhou status de herói nacional. É bom Inglaterra e Estados Unidos, favoritos para ficarem com as duas vagas do grupo C, abrirem o olho com os argelinos. Pode ser uma zebra africana!
MAIS:
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– Página especial da Copa do Mundo de 2010 no iG
– Site oficial da Copa do Mundo de 2010
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