PIB cresce, inflação cai, dia de boas notícias

Caros leitores,

com o post abaixo, encerro minhas atividades no Balaio esta semana. Vou passar cinco dias no Chile, a passeio, sem levar meu notebook. Na volta, prometo contar a vocês o que vi naquele belo país andino, aonde não vou faz muito tempo. Boa Copa para vocês e que o Dunga nos prove que o mundo estava errado e ele certo.

Abraços,

Ricardo Kotscho

***

Não é todo dia, mas, de vez em quando acontece. Ao pegar o jornal e abrir o computador, só encontrei boas notícias na manhã ensolarada desta quarta-feira paulistana. Como sou viciado em informação (ver post anterior), quando leio coisas boas acontecendo me sinto mais animado a enfrentar nova jornada de trabalho, começo a achar todo mundo mais simpático, a vida mais bela.

As manchetes dos jornais destacam, como vocês já sabiam desde ontem, que o nosso PIB registrou a maior alta dos últimos 14 anos – crescimento de 9% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior – e a home do iG acaba de nos informar que “Inflação recua no dia do Copom”. O IPCA de maio recuou 0,14% em relação a abril e foi o menor do ano, segundo o IBGE.

Juntou a fome com a vontade de comer: economia em alta e inflação em queda é o ciclo virtuoso sonhado desde que os economistas começaram a medir a nossa felicidade em números. É o que, em última instância, determina o aumento no número de empregos e o crescimento da renda do trabalhador, objetivo principal de qualquer governo.

Com isso, ficamos também livres da notícia enguiçada dos tais dossiês de que todo mundo fala e ninguém vê, que desapareceu milagrosamente das páginas. Voltamos à vida real com fatos positivos, antes confinados na coluna “Toda Mídia”, do Nelson de Sá, na Folha, que reproduz o que se escreve sobre o Brasil lá fora.

Claro que nem todo mundo vai ficar feliz com estas boas notícias e sempre acrescente a elas um “mas”, para prever coisas ruins mais adiante, embora outro dado nos inspire otimismo sobre o futuro da economia: houve uma expansão de 26% nos investimentos este ano, na comparação com o primeiro trimestre de 2009, a maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.

Mesmo com o fim da redução do IPI, que o governo adotou durante a crise, o nível de emprego na indústria automobilística voltou a crescer em maio e assim deve se manter, segundo o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini. O setor bateu novo recorde, com a produção de 1,43 milhões de veículos este ano.

Para onde você olha, em todos os setores, tem notícia boa nos cadernos de economia. Na política, é aquele rame-rame de sempre,com o dia dos candidatos, o que eles falaram ou deixaram de falar um do outro, as especulações sobre o vice do Serra e as convenções partidárias marcadas para este final de semana, coincidindo com o início da Copa do Mundo.

Diante deste quadro favorável, meu colega Fernando Rodrigues, em sua coluna na Folha, resume assim o momento vivido pelo país neste começo de junho, a menos de quatro meses das eleições:

“O cenário da sucessão presidencial deste ano é único desde a volta do país à democracia, em 1985. Há um trinômio nunca visto: economia superaquecida, presidente muito popular e candidata favorita neófita nas urnas”.

De fato, presidentes em fim de mandato costumam registrar popularidade em queda, o contrário do que acontece com Lula, que registrou aprovação recorde de 76% no último Datafolha, como lembrou Rodrigues em seu texto. Só pode haver uma explicação para isso: exatamente estas boas notícias da economia, que é o que realmente importa para quem vive do seu trabalho e tem contas a pagar no final do mês. O resto, como costumam dizer os outros, é trololó.


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