Mostra Ecofalante de cinema cresce e trata de temas ambientais diversos

74 Metros Quadrados (74 Square Meters / 74 Metros Cuadrados) Direção: Paola Castillo e Tiziana Panizza | Chile/ EUA | 2013 | 67’
Cena de “74 Metros Quadrados”. Direção: Paola Castillo e Tiziana Panizza | Chile/ EUA

O nome, Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, parece se referir a um evento com temática restrita, voltado também a um público específico. Pois, na verdade, é o contrário: “Ambiental é tudo. É o meio onde a gente vive. Quando discutimos política, economia ou as cidades sob um ângulo ambiental, estamos discutindo o nosso futuro”, explica Chico Guariba, diretor da mostra que chega este ano a sua terceira edição em São Paulo. Desse modo, com mais de 60 filmes, debates, homenagens e premiações, o evento trata de temas como urbanismo, energia, extração de recursos naturais, uso de animais como cobaias, poluição, organismos geneticamente modificados, entre outros. Assuntos que interessam, ou deveriam interessar, a todos os cidadãos, segundo Guariba.

Marcada para acontecer entre 20 e 27 de março em diferentes cinemas de São Paulo, a mostra segue em itinerância pelo interior do Estado no segundo semestre, além de realizar atividades em escolas e universidades ao longo do ano.  A ideia dos organizadores, com isso, é que ela seja, mais do que um festival, uma plataforma de informação e de conhecimento que, através do audiovisual, possa contribuir para a discussão permanente de determinados assuntos. “Esse cinema de temáticas socioambientais virou pauta mundial, e percebemos que existia uma produção enorme que nem chegava ao Brasil. Dos dez indicados ao Oscar de documentário, por exemplo, de 2000 para cá, há sempre uns três com temáticas ambientais”.

Seca (Drought / Cuates de Australia) Direção: Everardo González | Mexico | 2011 | 90’
Cena de “Seca”. Direção: Everardo González | Mexico

Com a ONG Ecofalante, criada em 2003, Guariba já produziu e dirigiu diversos filmes, e em 2012 realizou a primeira edição da mostra. Apesar de as atividades ocorrerem durante todo o ano, é de fato na semana do evento que uma programação intensiva é oferecida ao público. Se no primeiro ano o público foi de quatro mil pessoas, o número subiu para 18 mil em 2013 e pode chegar a 40 mil em 2014 (contando a itinerância pelo interior). Nesta edição, a curadoria selecionou longas, médias e curtas de temas diversos e organizou uma homenagem ao jornalista pioneiro Washington Novaes e um panorama histórico dedicado à obra do japonês Kaneto Shindo (1912-2012). Haverá também a Competição Latino-Americana, uma novidade no evento, que premiará um filme escolhido pelo júri e um pelo voto popular.

A escolha dos cerca de 60 filmes do evento é resultado de quatro meses de pesquisa em festivais de todo o mundo, na qual mil filmes são sugeridos e pelo menos 400 assistidos pela curadoria (veja aqui a programação no site ou mais informações no Facebook). O critério de avaliação final, segundo Guariba, não é tanto temático, mas sim pela qualidade das obras. Pois são os bons filmes que poderão captar a atenção do público e “capilarizar a discussão”, levando-a não só a especialistas, mas a toda a sociedade. São eles também – além dos debates e outras atividades – que vão aprofundar esta discussão e tirá-la do senso comum que prevalece hoje: “Sustentabilidade é uma palavra já desgastada, usada de qualquer jeito. Qualquer grande corporação do mundo hoje se diz sustentável. O papel do festival é aprofundar, discutir numa perspectiva política, econômica”, conclui o diretor.

Serviço
Nos cines Reserva Cultural, Livraria Cultura, Centro Cultural São Paulo, Olido, Matilha Cultural e Museu da Imagem e do Som
De 20 a 27 de março; entrada gratuita
www.ecofalante.org.br 


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