Festival inaugura teatro e supera expectativas

Durante oito dias, Trancoso, na Bahia, é acompanhada por uma trilha sonora que envolve maestros, orquestra, solistas, sopranos, tenores e uma plateia que, emocionada, estende entusiasmados aplausos em pé. Neste final de semana, o “Música em Trancoso”, em sua terceira edição, reuniu em duas noites mais de 2.200 pessoas  interessadas em ouvir sinfonias e concertos. E nem a chuva que atingiu a metade da primeira apresentação da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo diminui o entusiasmo tanto dos artistas quanto do público.

Localizado em meio ao verde do Terra Vista Golf, o Anfiteatro Mozarteum Brasileiro foi concebido pelo arquiteto  luxemburguês François Valentiny. Como se previsse a instabilidade do céu do litoral baiano, projetou no andar subterrâneo um outro teatro, idêntico ao superior, e com o mesmo número de lugares para a plateia: 1.100 pessoas. O que parece não ter sido suficiente, já que a casa estava cheia.

Ao ver a plateia, Carlo Lovatelli, um dos idealizadores do festival brincou: “tivemos um erro, deveríamos ter feito o teatro para cinco mil pessoas e não mil”. E completa: “Muitos de vocês que estiveram aqui há três anos ouviram uma promessa. Bem, conseguimos cumpri-la”. Carlo se referia ao próprio teatro concluído. Nas primeiras edições, o “Música em Trancoso” acontecia em um auditório móvel, destinado somente a apresentação do festival. Segundo Valentiny, uma das propostas para o anfiteatro é que ele também seja palco de outros eventos culturais. “Foi um projeto feito por mim, mas ele foi feito para as pessoas, para que a comunidade também usufrua dele”, pontua.

Se na plateia, se ouvia a diversidade de outros idiomas, no palco acontecia o mesmo. Solistas do mundo inteiro, entre eles o romeno Lorenz Nasturica (violino), o austríaco Franz Bartolomey (violoncelo) e o francês Benoit Fromanger (flauta) se apresentaram na primeira noite. Nesta, quase não se via o flautista Benoit, que ficou ao fundo do palco em meio aos 90 jovens da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Foi dele a iniciativa de tocar em meio a orquestra, que entre o repertório tocou peças de Bethoven, Mozart, Camille Saint-Saëns e Debussy.

Interpretando uma peça da ópera de Carmen, na segunda noite, a mezzo-soprano Josy Santos foi responsável por deixar um público admirado. Josy não só é uma das promessas do canto lírico, como também é baiana. Além dela, o pianista polonês Maciej Pikulski, a soprano Julia Thornton, o tenor Tadeusz Szlenkier, os dois violinistas Lorenz Nasturica e Nenad Daleore integraram a programação da segunda noite.

O festival segue com sua programação até sábado, dia 22. Nos próximos dias, sobem ao Mozarteum Brasileiro o pianista Cesar Camargo e Mariano que acompanha Ivan Lins na noite de hoje, dedicada a Bossa Nova. Na terça, o Jazz dá o tom da apresentação e reúne nomes como o da americana Jane Monheit, que se apresenta pela primeira vez no festival.

E mais: ao longo da semana, a Brasileiros publica uma série de matérias sobre o “Música em Trancoso”, com detalhes dos idealizadores do projeto.  


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