Parece que, mais uma vez, o futebol mostrou que seu papel é o de simplesmente entreter a massa, e não o de levantar bandeiras, dar o exemplo ou promover mudanças.
O episódio se deu no dia 12 de fevereiro, no Peru, em partida entre o Real Garcilaso contra o Cruzeiro. Nem a vitória dos donos da casa parecia acalmar parte da torcida local, que a cada toque na bola do brasileiro Tinga, fazia sons de macaco, em uma clara manifestação racista e cretina.
A federação brasileira de futebol cobrou ações da Conmebol, Dilma Rousseff, pela gravidade da questão, também se meteu na conversa e, enquanto isso, atos semelhantes aconteciam no futebol brasileiro. Todos eles, assim como o caso na Libertadores, viravam notícia nos programas de futebol daquela noite, manchetes nos jornais do dia seguinte, porém, logo eram substituídos por assuntos “mais relevantes”, o golaço da rodada, o drible desconcertante, o carrinho criminoso, afinal, isso sim é o futebol…
Muito tempo se passou, quase 1 mês e meio, e a Conmebol finalmente chegou a seu veredicto: uma irrisória multa de US$ 12 mil para o clube peruano, “punição” essa que certamente não vai evitar que a minoria desprovida de cérebro da torcida repita os atos de ignorância. Vale lembrar que, ano passado, os paraguaios do Cerro Porteño atrasaram 3 minuto na volta do intervalo para o campo e por isso foram multados em US$ 14 mil.
Na mesma “tabela de preços” em que a Conmebol classifica um ato racial como passível de multa de US$ 12 mil, ela também precifica uma vida humana, US$ 200 mil, multa recebida pelo Corinthians ano passado, após um integrante de sua torcida acertar rojão e matar um jovem torcedor do San José, em Oruro, na Bolívia.
Essa é a realidade do futebol, onde a única coisa que caminha para a frente é a bola…
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