O pior debate que eu não vi

Dos debates anteriores que eu acompanhei, não sei dizer qual foi o pior. Mas este penúltimo da noite/madrugada de segunda-feira na TV Record certamente foi o pior dos que eu não vi. Por uma razão muito simples: a esta altura da campanha está todo mundo cansado, nem os candidatos aguentam mais e ninguém tem mais nada de novo a dizer. E ainda teremos o décimo debate da temporada, quinta-feira, na TV Globo.

Quando o candidato José Serra começou a responder à primeira pergunta sobre a criação de empregos e projetos para o Nordeste, e só fez críticas e acusações ao PAC de Dilma Rousseff, minha paciência definitivamente acabou. Nem ouvi até o fim. Aquilo seria mais uma repetição dos debates anteriores. Ninguém merece.

Pois o noticiário de hoje dos jornais e portais apenas confirma o que eu pressentia: não perdi nada ao desligar a televisão. Olhem que ainda assisti a um bom pedaço de “A Fazenda”, o BBB rural da Record, esperando pelo debate que, para completar, começou atrasado.

Tanto para os candidatos como para os pobres eleitores, dez debates numa campanha eleitoral constituem um verdadeiro massacre. Se ainda estivessem em discussão diferentes propostas e projetos para o país, algo que tenha a ver com a vida real dos brasileiros, vá lá. Mas fica só aquele joguinho de um denunciar os mal feitos ou os não feitos do outro, pegadinhas preparadas pelos marqueteiros, ironias e hipocrisias, falsos sorrisos e caras de indignação.

Como não vi o debate, vou parando por aqui mesmo para não aborrecer vocês mais ainda. Vou pegar a idéia do meu colega e amigo Ricardo Setti, competente e respeitado jornalista que agora tem um blog na Veja.com: é melhor abrir espaço logo para deixar os leitores comentarem.

Se é que algum assistiu a este festival de monólogos, em que as respostas nada tinham a ver com as perguntas e cada candidato procurou apenas deixar gravadas algumas frases para exibir no seu próprio programa eleitoral


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