A final da Copa Petrobras de Tênis está definida e será verde e amarela. O paulista Thomaz Bellucci enfrentará o gaúcho Marcos Daniel, mas, com certeza, ninguém tirou tanto proveito do torneio quanto Christian Lindell. [nggallery id=14144] Apesar da grafia de seu nome e o país que defende, a Suécia, Lindell, de 18 anos, é brasileiríssimo, carioca da Gema e flamenguista. Nascido e criado no Brasil, ele foi para a Suécia, país de seu pai, aos 16 anos, para jogar um torneio. Saiu campeão e recebeu convite para se naturalizar e treinar com os melhores do país nórdico, além de ter sua carreira administrada por entidades locais. “Recebi esse convite em uma época que não tinha nenhuma coisa boa aqui, então não tinha como recusar”, contou ao site da Brasileiros, depois de ser derrotado por Thomaz Bellucci nas semifinais da Copa Petrobras.LEIA TAMBÉM:
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Final verde e amarelaPara Lindell, o fato de defender as cores da Suécia não muda absolutamente nada. “Eu me sinto brasileiro, falo português muito melhor que sueco. Só tenho a sigla da Suécia no placar abaixo do meu nome. Mas é só isso”, comentou o simpático rapaz.Sobre a Copa Petrobras, o atual número 445 do ranking mundial agradeceu a entrada direta na chave principal, por meio de um wild card, que dá direito ao tenista de jogar o torneio, independente de seu ranking, sem mesmo participar do qualifying.Como todo bom brasileiro, e principalmente carioca, Lindellnão desperdiçou uma boa chance quando ela caiu de presente em seu colo. Na primeira rodada, enfrentou João Souza, o Feijão, e venceu de virada por 2 sets a 1 (5-7, 6-2 e 6-3). “Esperava fazer um bom jogo, mas sabia que ia ser muito difícil, ainda mais contra o Feijão, que está muito bem. Joguei meu melhor e contei com um dia não tão bom dele, e as coisas aconteceram”, analisou com humildade.Na sequência, seu adversário foi outro brasileiro, Tiago Alves, que já figurou na lista dos 100 melhores do mundo. “Depois da vitória na estreia, peguei muita confiança e realmente acreditei que podia ganhar”. E assim foi: vitória convincente, por2 a 0, parciais de 6-3 e 6-4.O cazaque Yuri Schukin foi outro que não resistiu às habilidades de Lindell, e foi derotado, nas quartas de final, de virada. Placar de 2 a 1 para o carioca, com parciais de 4-6, 6-3 e 6-4.Chegou a antes inimaginável semifinal, contra o número 27 do mundo e melhor do Brasil, Thomaz Bellucci, o adversário de melhor ranking da carreira de Lindell. Apesar da derrota, o sueco/brasileiro ou brasileiro/sueco fez Bellucci suar. Perdeu por 2 a 1 (4-6, 6-3 e 6-3), mas valorizou demais a vitória do número 1 do País. Tanto que o 6-4 para Lindell na primeira parcial foi o primeiro perdido por Bellucci no torneio.”Se eu entrasse respeitando ele, ia perder por um duplo 6-2. Entrei para ganhar, mostrando que podia jogar de igual para igual. Soube aproveitar os erros dele, mas cheguei em um ponto onde comecei a pensar, falei para mim mesmo que tinha chances de ganhar e aí perdi o controle da partida. Foi uma pena”, analisou, com frieza e tristeza.Com a derrota, nem todos os presentes na Sociedade Harmonia de Tênis ficaram felizes. Lindell cativou o público presente no clube em São Paulo. Com carisma imenso, ele dividiu o apoio da torcida contra Bellucci. A arquibancada estava praticamente dividida. Um feito que ele vai guardar no coração, certamente.Hoje, Lindell ainda mora no Brasil, mas vai constantemente para a Suécia treinar com a lenda nacional Thomas Enqvist, capitão da Suécia na Copa Davis. Após a incrível campanha na Copa Petrobras de Tênis, Lindell revelou que irá tirar umas merecidas férias por pelo menos duas semanas antes de começar a pré-temporada. Alguma praia será seu destino. Nada mais brasileiro.
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