“Em suas imagens, a impressão que temos é que Darcy se deu ao luxo de agir como um flâneur, como se fora um turista acidental a cultivar relações e recolher lembranças”. Assim o fotógrafo e antropólogo Milton Guran define O Olhar Precioso de Darcy Ribeiro, exposição que será inaugurada nesta segunda-feira (22), às 19 horas, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
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Guran é curador da mostra que revela uma faceta desconhecida de Darcy Ribeiro. São 50 fotografias inéditas produzidas por Ribeiro em diversos trabalhos de campo, como os índios Kadiwéu, Urubu-K’apor e Ofayé-Xavante. Um olhar interessante de um homem múltiplo, antropólogo, educador, romancista, ensaísta, político e, por que não, fotógrafo.
O acervo faz parte do arquivo do Serviço de Proteção aos Índios, que, em 2008, passou a fazer parte do Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da UNESCO. As imagens, todas em preto e branco e com diferentes formatos, foram impressas em processo digital a partir dos negativos e selecionadas em grupo. São fotografias do cotidiano das aldeias, de tatuagens faciais, de rituais, entre outras cenas dos índios.
Para Milton Guran, é natural que Darcy Ribeiro tenha imprimido um olhar de antropólogo nas fotografias. “Entretanto, não se limitou ao registro fiel e objetivo daquilo que ele via, buscou também a possibilidade do reconhecimento visual da sua vivência entre aqueles povos, impregnando suas imagens com a emoção dos primeiros contatos”, diz o curador da exposição.
Além das fotos, o clássico filme Um dia de uma tribo na floresta tropical, de Hans Foerthmann, que foi recentemente restaurado e digitalizado, completa a exposição. O longa-metragem conta a história dos índios Urubu-Ka´apor, estudados por Darcy Ribeiro. O Olhar Precioso de Darcy Ribeiro é resultado de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a Sociedade de Amigos do Museu do Índio (SAMI). A instituição celebra 100 anos do Serviço de Proteção aos Índios, onde trabalhou Darcy Ribeiro.
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