O mundo é rojo!

JulhoFinalmente, a Espanha sagrou-se campeã mundial de futebol. Primeiro, o país se transformou em um dos principais mercados da bola na Europa. Depois, o desenvolvimento do futebol local fez o nível da seleção atingir outro patamar, a ponto de ser indicada como uma das candidatas ao título nas últimas três Copas do Mundo. Em 2008, veio o troféu europeu, o segundo da história, que colocou a Espanha, mais uma vez, no rol de favoritos à conquista na África do Sul neste ano. Comandada pelos maestros Xavi e Iniesta (autor do gol do título) e por um sóbrio Vicente Del Bosque, a Fúria conquistou a Copa do Mundo. Com todos os méritos.


ESPANHA 1 X 0 HOLANDAA inédita final era também o jogo dos opostos. De um lado, a Espanha tão apaixonada pela bola que fica com ela no pé 60% do tempo, em média. Do outro, a Holanda tão receosa com a pelota que faz questão de deixá-la parada, com 16 faltas por jogo, em média. O toque de bola x o contragolpe, a paciência x o pragmatismo, defesa x ataque.Quando a Jobulani rolou (sim, a Jabulani mudou de nome em homenagem a Joanesburgo, cidade que abrigou a final, no estádio Soccer City), os estilos se confirmaram. A Fúria foi para cima, sempre comandada pelos pequenos maestros catalães, Xavi e Iniesta. A Holanda foi para trás, sempre protegida pelos cães de guarda, De Jong e Van Bommel.Aos 5 minutos, o time de Vicente del Bosque teve a primeira chance, não pelo chão, mas pelo alto. Xavi bateu falta da direita, Sergio Ramos testou firme e obrigou Stekelenburg a se esticar para o canto direto e espalmar. Na sobra, quase Piqué faz o gol.Sete minutos depois, um dos artilheiros da Copa da África do Sul apareceu pela primeira vez no jogo. Em escanteio, a Jobulani encontrou David Villa sozinho, no segundo pau. O camisa 7 pegou de primeira, mas a bola bateu na rede, pelo lado de fora.A Fúria dominou as ações nos 25 minutos iniciais. Depois, entrou em ação a catimba holandesa. Catimba e violência. Duas marcas da equipe de Bert van Marwijk nesse mundial. Aos 22, Van Bommel já havia sido advertido por falta duríssima em Iniesta.Mas, aos 28, De Jong fez pior. Simplesmente, entrou com a sola da chuteira no peito de Xabi Alonso. Um golpe de kung fu que o árbitro inglês Howard Webb viu com normalidade, já que somente amarelou o holandês. Absurdo.A catimba e a violência irritaram os espanhóis, que perderam o foco no jogo. A Holanda se aproveitou e criou algumas oportunidades. A melhor aconteceu aos 46 minutos. Em sobra de escanteio, Robben dominou pela direita e, em seu lance característico, cortou para o meio e chutou para obrigar boa defesa de Casillas.O script não mudou muito no segundo tempo. Com a bola nos pés, a Espanha chegou. Aos 10 minutos, Xavi cobrou falta da esquerda e a bola passou muito perto do ângulo esquerdo de Stekelenburg.Sete minutos depois, a Holanda teve a grande chance do confronto, na jogada que é a outra característica marcante do time: o contra-ataque. Sneijder lançou Robben, que saiu em disparada para o encontro de Casillas. O goleiro espanhol fez um milagre e salvou com o pé direito o gol certo do atacante canhoto.Aos 24, foi a vez de Villa desperdiçar chance clara de gol. Navas, que substituiu Pedro, fez ótima jogada pela direita e cruzou rasteiro. O zagueiro Heitinga falhou e a bola sobrou limpa para o artilheiro espanhol, que chutou em cima da defesa holandesa.Sergio Ramos perdeu outro gol aos 32. Depois de cobrança de escanteio, lateral subiu sozinho, mas cabeceou por cima da meta de Stekelenburg. Dois minutos depois, Iniesta revidou agressão de Van Bommel, mas Howard Webb preferiu ficar no papo. Árbitro foi muito tolerante com a violência na final, principalmente dos holandeses.Apesar dos esforços espanhóis, a eficiência do sistema defensivo laranja prevaleceu e a inédita decisão foi para a prorrogação. O tempo extra foi um festival de gols perdidos da Fúria, principalmente nos 15 minutos iniciais. Villa, Xavi, Sergio Ramos, Iniesta e Fábregas, que entrou na vaga de Xabi Alonso, perderam ótimas chances.No último tempo de bola rolando no primeiro mundial em continente africano, a Holanda teve um jogador expulso, finalmente. Heitinga fez falta na entrada da área, recebeu o segundo amarelo e o vermelho, logo aos 4 minutos. Com isso, a Espanha foi pra cima, em busca do gol do título.E ele veio aos 10 minutos. Demorado, suado, difícil, mas veio. Fábregas pegou sobra da defesa holandesa e achou Iniesta livre dentro da área, pela direita. O camisa 6 dominou, preparou o corpo e encheu o pé, cruzado. Stekelenburg até tocou na bola, mas depois foi buscar a Jobulani no fundo da rede. O gol da taça. O gol de ouro.Um merecido título para uma geração talentosa e guerreira. Um time entrosado, equilibrado taticamente, formado à feição do Barça de Guardiola, mas com pinceladas de Real Madrid. A base Puyol, Piqué, Busquets, Xavi e Iniesta com a companhia de Casillas e Sergio Ramos. E um comandante ligado ao clube madridista, talvez o último que construiu uma grande equipe por lá, o discreto Vicente Del Bosque.O mundo é vermelho!- Imagens de Espanha 1 x 0 Holanda, no iGOS OUTROS DIAS DA COPA 2010:
1º dia
2º dia
3º dia
4º dia
5º dia
Brasil – 1º jogo
6º dia
7º dia
8º dia
9º dia
10º dia
Brasil – 2º jogo
11º dia
12º dia
13º dia
14º dia
15º dia
Brasil – 3º jogo
16º dia – Oitavas
17º dia – Oitavas
18º dia – Oitavas
Brasil – Oitavas
19º dia – Oitavas
Brasil – Quartas
Quartas – Uruguai (4) 1 x 1 (2) Gana
Quartas – Alemanha 4 x 0 Argentina
Quartas – Espanha 1 x 0 Paraguai
Semifinal – Holanda 3 x 2 Uruguai
Semifinal – Espanha 1 x 0 Alemanha
Final – Espanha 1 x 0 Holanda


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