Manchete de hoje: “menina é morta a pedradas em Foz”. Manchete de dias atrás: dona de casa é linchada por 100 pessoas confundida com sequestradora. Manchete de dias atrás: morre torcedor atingido por vaso sanitário no estádio. Manchete de alguns dias atrás: menino Bernardo pode ter sido enterrado vivo. Manchete de alguns dias atrás: militar que confessou torturas é encontrado morto em sua casa. Manchete de alguns dias atrás: dançarino DG encontrado morto em favela. Manchete de algumas semanas atrás: quatro presos decapitados no Maranhão. Manchete de algumas semanas atrás: morreu cinegrafista atingido por rojão na cabeça. As manchetes se repetem melancolicamente. Todo dia ao abrir o jornal constato que mais alguém foi executado de forma absurdamente cruel por um rival, um inimigo, um policial, um pau mandado, um canalha. Uma verdadeira epidemia. Não sei o que é isso, não sei qual é o remédio, não sei como me proteger ou aconselhar algum tipo de proteção, mas nunca vi acontecer nada parecido nos últimos cinquenta anos.
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