Como costuma acontecer, o avião não encontrou vaga para parar no “finger” e estacionou na pista de taxiamento, longe do terminal de Cumbica, em Guarulhos, por volta das sete da noite desta quarta-feira.
Também não havia ônibus disponível. Os passageiros que lotavam o vôo 3302 da TAM, vindos de Natal para São Paulo, ficaram um tempão esperando por transporte terrestre.
Quando, finalmente, apareceram dois ônibus para recolher o pessoal, esqueceram de trazer os guarda-chuvas. O jeito foi achar graça e seguir em frente. Deve ser o único aeroporto do mundo em que se vê mais ônibus do que aviões na pista.
Ainda não sabemos se algum estádio ficará pronto a tempo para receber a Copa do Mundo de 2014 em São Paulo, mas uma coisa já é certa: do jeito que está, o aeroporto de Cumbica não tem condições de receber mais ninguém. Já está dando vexame agora.
A apenas 40 meses do início da Copa do Brasil, o maior aeroporto da maior cidade do país está entrando em colapso e não há sinais à vista para melhorar a situação.
Quem sabe, até brote um novo estádio do nada neste período, o Itaquerão, como estão anunciando o Corínthians e a CBF, mas de que jeito os torcedores de fora poderão chegar nele se não houver transporte?
Por enquanto, a única certeza que tenho é que peguei uma bela gripe na volta a São Paulo. São os ossos do ofício de repórter, depois de três dias de muito calor no Rio Grande do Norte.
Em tempo:
A situação de Cumbica é muito mais grave do que se pode imaginar. Leiam esta notícia de Rachel Añon publicada às 05h10 desta quinta-feira na Folha.com, sob o título “Deputada cadeirante fica presa em avião em SP”:
“A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) ficou presa por duas horas no interior de um avião na noite desta quarta-feira (2) no aeroporto internacional de Guarulhos (Grande SP) após se recusar a sair sem o equipamento adequado para desembarque de cadeirantes. A deputada é tetraplégica”.
O equipamento conhecido por ambulift (espécie de carrinho com elevador) está quebrado há um mês e meio. Os funcionários da TAM tentaram convencer a deputada a descer carregada por um dos comissários, mas ela se recusou. Chovia forte em Cumbica.
A passageira só pode descer num equipamento que estava fora de uso, liberado pela Infraero às 23 horas. “Tomei chuva e a pessoa responsável pelo aparelho não me amarrou com o cinto de segurança”, queixou-se Mara Gabrilli.
É inacreditável. E olhem que era uma deputada federal
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