Os garotos de Nova York

Atualizada às 12h do dia 15/03 – Não teve jeito. O lançamento previsto para o dia 22 de março furou. No final de semana, já era possível ouvir Angles na íntegra na internet. Logo, as 10 canções do disco se espalharam pelas redes sociais, como Twitter e Facebook. Mas, ao contrário de artistas que não lidam muito bem com a questão do MP3, o Strokes se mostrou moderno, como o som que faz, e disponibilizou o álbum no site oficial, em formato de streaming. Clique aqui para ouvir e tire as suas próprias conclusões. Para o site da Brasileiros, mais um grande álbum dos garotos de Nova York. Em breve, uma análise mais detalhada do quarto disco do grupo. [nggallery id=14017]


Os heróis são identificados ao se destacarem em momentos adversos, tirarem os mortais da mesmice e, de maneira inspiradora, mostrarem outros caminhos possíveis. Isso também acontece na música e, gostando ou não, pode-se dizer que os últimos heróis que emergiram e revolucionaram o cenário musical foram os nova-iorquinos do Strokes.Em época de vacas magras, cinco “riquinhos” da megalópole americana mostraram as caras. Porém, é possível que eles não tivessem dado certo se não fossem tão despretensiosamente pretensiosos. Não que o aparente desleixo seja encenado, isso é natural até nos vocais de Julian Casablancas. Mas, ao perceber que esse poderia ser o caminho, lógico, o grupo se aproveitou da oportunidade e deu vida nova ao rock, além de calças jeans rasgadas. Hoje, 10 anos depois do primeiro álbum, Is This It, muitas das bandas que emergem no cenário mundial imitam um grupo que copia o Strokes e por aí vai.Prestes a lançar o aguardado quarto disco, Angles (com lançamento previsto para o dia 22 nos EUA), o conceituado jornal The New York Times dissecou a trajetória dos cinco então meninos, que mudaram as diretrizes do rock. A repórter Melena Ryzik começa o texto perguntando para cada integrante da banda sobre o significado do novo clipe, Under Cover of Darkness, dirigido por Warren Fu. As respostas são semelhantes, pois todos concordam que eles estão mortos e representam fantasmas no vídeo, em um clima bem de O iluminado, de Stanley Kubrick. Morte que chegou, sim, a bater à porta dos Strokes, como bem descreve a matéria de Ryzik.Is This It, o arrasa quarteirão de estreia do Strokes foi lançado em 2001, quando a faixa de idade dos músicos girava em torno de 20 a 23 anos. O sucesso foi instantâneo e, como sempre acontece, problemas e desentendimentos vêm juntos. Ao NYT, o baixista Nikolai Fraiture disse que a cada álbum, o dia a dia foi ficando mais insuportável e, no terceiro, First Impressions of Earth, o clima já estava completamente comprometido.Com dinheiro no bolso e fama individual além do nome The Strokes, os integrantes resolveram “se dar um tempo”. O nome não garantiu só belas modelos e atrizes de Hollywood no currículo de cada um, mas também proporcionou visibilidade em suas carreiras paralelas. Porém, apesar do reconhecimento dos trabalhos solo, como o Little Joy, do baterista brasileiro Fabrizio Moretti, ou o bom disco de Julian Casablancas (Phrazes for the Young), os órfãos fãs ainda acreditavam em um retorno dos Strokes, algo que, para eles, parecia inviável.O reencontro, segundo o baixista Fraiture, se deu por conta do contrato do grupo com a gravadora RCA, que previa a produção de cinco discos. Finalmente juntos para a gravação de Angles, os agora trintões tiveram de adiar as gravações em duas ocasiões. Na primeira, Julian Casablancas se ausentou para promover o disco solo. Na segunda, o guitarrista Albert Hammond Jr. se tornou mais um clichê do rock, pela internação em uma clínica para se livrar de excessos.Para o NYT, os “papais” contaram um pouco do tranquilo processo de gravação de Angles, muito diferente dos outros trabalhos, talvez um dos motivos para a banda ter se separado. Aparentemente bem entre si, o fato é que, independentemente de vontades individuais, por contrato, o Strokes lançará, no mínimo, mais um álbum depois de Angles. Bem ou mal, eles tocam a vida com as palavras que o vocalista mais gosta de dizer durante os shows: “Fuck it!”.

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