Sai inflação, volta mensalão. Não tem jeito: na escassez de manchetes produzidas pelo governo Dilma, ao contrário do seu antecessor, tem assunto que vai e volta.
Para quem vive de novidades, e precisa escrever blog ou coluna todo dia, tem sido dura a luta nas últimas semanas – ainda mais, para quem se acostumou a só meter o pau no governo. Noto que alguns colegas já estão com síndrome de abstinência de Lula.
Basta ver os intermináveis balanços dos primeiros 100 dias de Dilma Roussef na presidência, que ela, na verdade, só vai completar no próximo domingo. O jeito é quebrar o galho reciclando notícias velhas porque ninguém aguenta mais ler ou escrever todo dia sobre o Japão, a Líbia, a dengue, o Obama, sempre os mesmos assuntos.
Vale até dar manchetes com avião que caiu há dois anos ou denúncias contra o vice presidente Michel Temer feitas uma década atrás.
De repente, de um dia para outro, a inflação deixou de representar o grande problema nacional, cedendo espaço para o mensalão, que voltou a ser capa de revista e jornal, seis anos depois, como se tivesse acontecido na semana passada.
Nem o Balaio escapou. A grande novidade de hoje é que apareceu um terceiro autor reivindicando a autoria do slogan “Lula-lá” que inspirou o jingle da campanha presidencial petista de 1989.
O assunto foi ressuscitado pela coluna da amiga Mônica Bergamo, na Folha, provocando uma disputa epistolar, reproduzida aqui no blog, entre a família do publicitário Carlito Maia, já falecido, e o marqueteiro daquela campanha do PT, Paulo de Tarso Santos.
Em comentário enviado ao blog às 21h27 de segunda-feira, o jornalista Sitônio Pinto, membro da Academia Paraibana de Letras, garante que o autor é ele e dá a sua versão:
“Há 23 anos, precisamente no dia 26 de novembro de 1988, publiquei uma análise das últimas eleições municipais em alguns Estados do Brasil, onde as esquerdas alcançaram expressiva vitória. A análise era o foco de um artigo meu no jornal A União, da Paraíba, página dois, intitulado “Lula-Lá”. Ao mesmo tempo, sugeria ao PT um slogan para a campanha, coisa que o partido ainda não tinha”.
Se os leitores do Balaio conhecerem alguma outra versão sobre a autoria do slogan ou tiverem uma boa sugestão para mudar de assunto, por favor, fiquem à vontade.
Parafraseando Caetano Veloso, quem aguenta ler tanta notícia velha?
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