Artista de verdade é difícil de rotular ou tentar definir. Uma pessoa com veia artística não procura uma fórmula que lhe agrade ou que agrade a seu público. Ele busca externar uma sensação, um sentimento, algo que surgiu no momento. Por isso, a grande capacidade de alguns de se reinventar, se descobrir um outro ser e dar um olhar diferente para a mesma cena.
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Walter Firmo se enquadra no perfil citado acima e a exposição Véus, que abre nesta sexta-feira (29) no Rio, é prova disso. Aos 74 anos de idade e mais de 50 de fotografia, Firmo promete mostrar uma faceta ainda obscura de sua carreira. Famoso por retratar o Brasil quase que de maneira folclórica, em Véus, que tem curadoria de Claudia Buzzetti e Patricia Gouvêa, Firmo irá revelar o seu lado mais silencioso, pessoal e reflexivo. Serão 20 fotografias em preto e branco, algo raro nos trabalhos do fotógrafo.
“Véus é a linguagem de um redescobrimento que intuía e procurava. Sombrio patamar onde me debruço recolhendo meus pedaços na beira de tantas estradas estreitas, bifurcadas, sem acostamento, quase sempre empoeiradas e cheias de buracos. Estranhamentos, repousos, resquícios de ‘um ano passado em Mariembad’, ou de uma ‘Passárgada’ – onde sou filho do rei, mesmo que ele seja feio e desdentado, totalmente descolorido”, definiu o artista.
Patricia Gouvêa, uma das curadoras, conta como surgiu a ideia da exposição. “Foi Walter quem me apresentou o Brasil das festas populares, dos pequenos detalhes, gestos e delicadezas do cotidiano. Ele introduziu o vírus da paixão pela fotografia na minha veia. Eu queria retribuir organizando uma exposição aqui no Ateliê, onde ele é professor desde a fundação, em 1999”.
A partir do sábado (30), a exposição já estará aberta ao público, na Galeria do Ateliê, no Rio de Janeiro. Uma boa dica de programa para os cariocas ou quem estiver de passagem pela Cidade Maravilhosa. A entrada é franca.
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